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CAMPANHA
Presidenciável do PPS admite que pode precisar do Fundo em eventual governo
Se eleito, Ciro não descarta ida ao FMI
DO ENVIADO ESPECIAL A JOÃO PESSOA
E DA AGÊNCIA FOLHA, EM ARACAJU
O candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes,
disse ontem em João Pessoa, Paraíba, que não descartaria um novo acordo com o FMI caso vença
as eleições. Ao ser questionado
novamente sobre essa possibilidade, o presidenciável desconversou. "Não posso dizer isso. É matematicamente impossível prever
isso", afirmou.
Na última quinta-feira, em palestra no Clube da Aeronáutica,
no Rio de Janeiro, Ciro havia classificado o recente acordo com o
FMI como um "desastre". Segundo o candidato, não havia motivo
para "a absurda propaganda que
parece comemorar o que foi simplesmente um desastre para o
nosso país".
Em campanha pelo Nordeste,
Ciro ficou irritado com a decisão
do PPS alagoano de apoiar a candidatura do ex-presidente Fernando Collor de Mello ao governo
de Alagoas. Por esse motivo, o
presidenciável se recusou a gravar
ontem, em Aracaju, uma participação especial para o programa
eleitoral do deputado federal Régis Cavalcante (PPS-AL), que
concorre à reeleição.
O PPS alagoano aprovou a
aliança com a coligação de Collor
-formada por PRTB, PTB, PFL,
PPB e PPS- sob o argumento de
que sozinho não conseguiria eleger nenhum deputado. Quando a
união com Collor foi explorada
por adversários de Ciro, a direção
nacional do PPS decidiu intervir e
enviou um fax ao TRE (Tribunal
Regional Eleitoral), de Alagoas,
declarando nula a coligação com
o PRTB.
O PPS de Alagoas recorreu no
TRE, que na última quarta-feira
decidiu manter a coligação com o
ex-presidente. Ao ser perguntado
pelo candidato sobre os motivos
da recusa, Ciro disse: "Não preciso dizer quais são os meus motivos, você sabe muito bem quais são. Já disse que não vou gravar nada e pronto".
O deputado federal Régis Cavalcanti afirmou que o apoio a Collor
não deve ser motivo de preocupação para Ciro. "Não tem necessidade dessa preocupação. O povo de Alagoas quer votar nele [Ciro]. O Ciro tem de assumir isso [que não tem nada a ver com o Collor] diante do povo de Alagoas." (EDUARDO SCOLESE e LUIZ FRANCISCO)
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