São Paulo, domingo, 11 de agosto de 2002

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CAMPANHA

Presidenciável do PPS admite que pode precisar do Fundo em eventual governo

Se eleito, Ciro não descarta ida ao FMI

DO ENVIADO ESPECIAL A JOÃO PESSOA

E DA AGÊNCIA FOLHA, EM ARACAJU

O candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes, disse ontem em João Pessoa, Paraíba, que não descartaria um novo acordo com o FMI caso vença as eleições. Ao ser questionado novamente sobre essa possibilidade, o presidenciável desconversou. "Não posso dizer isso. É matematicamente impossível prever isso", afirmou.
Na última quinta-feira, em palestra no Clube da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, Ciro havia classificado o recente acordo com o FMI como um "desastre". Segundo o candidato, não havia motivo para "a absurda propaganda que parece comemorar o que foi simplesmente um desastre para o nosso país".
Em campanha pelo Nordeste, Ciro ficou irritado com a decisão do PPS alagoano de apoiar a candidatura do ex-presidente Fernando Collor de Mello ao governo de Alagoas. Por esse motivo, o presidenciável se recusou a gravar ontem, em Aracaju, uma participação especial para o programa eleitoral do deputado federal Régis Cavalcante (PPS-AL), que concorre à reeleição.
O PPS alagoano aprovou a aliança com a coligação de Collor -formada por PRTB, PTB, PFL, PPB e PPS- sob o argumento de que sozinho não conseguiria eleger nenhum deputado. Quando a união com Collor foi explorada por adversários de Ciro, a direção nacional do PPS decidiu intervir e enviou um fax ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), de Alagoas, declarando nula a coligação com o PRTB.
O PPS de Alagoas recorreu no TRE, que na última quarta-feira decidiu manter a coligação com o ex-presidente. Ao ser perguntado pelo candidato sobre os motivos da recusa, Ciro disse: "Não preciso dizer quais são os meus motivos, você sabe muito bem quais são. Já disse que não vou gravar nada e pronto".
O deputado federal Régis Cavalcanti afirmou que o apoio a Collor não deve ser motivo de preocupação para Ciro. "Não tem necessidade dessa preocupação. O povo de Alagoas quer votar nele [Ciro]. O Ciro tem de assumir isso [que não tem nada a ver com o Collor] diante do povo de Alagoas." (EDUARDO SCOLESE e LUIZ FRANCISCO)

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