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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Ao lado de Serra, Alckmin ataca Kassab
Em jantar que reuniu o governador e o ex-presidente FHC, o tucano apontou deficiências da atual administração municipal
Em seu discurso, Serra citou Alckmin duas vezes, uma delas para dizer que não atingiu no governo índices de aprovação como o dele
DA REPORTAGEM LOCAL
Ainda tentando se refazer da
saída de seu marqueteiro, o comando da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à Prefeitura de São Paulo decidiu ontem
ir para o ataque não só contra a
administração do atual prefeito, Gilberto kassab (DEM) mas
também contra o partido dele.
O próprio Alckmin pôs em
prática a estratégia na noite de
ontem, no jantar de arrecadação de fundos para a campanha,
com a presença do governador
José Serra e do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso.
Em seu discurso, Alckmin
apontou deficiências na gestão
Kassab. Após lembrar seus esforços pela eleição de Serra em
2004, elogiou seu desempenho.
E completou: "É mais que legítimo que o PSDB queira continuar esse trabalho pelas mãos
do PSDB. Até porque ainda há
muito o que fazer".
A idéia de desqualificar o
DEM politicamente, mostrando que Kassab não é do PSDB,
também ocupou o discurso de
Alckmin. "Começamos agora a
servir um partido que não é virtual. É real. Tem princípios."
Em seu discurso, FHC incentivou a adoção de uma linha
mais agressiva na campanha:
"Tem que brigar e não tem que
ter papas na língua", disse o ex-presidente, pregando ataques
especialmente ao PT, que chamou de "cafajestada".
Diante de Serra, Alckmin listou carências da cidade, como
falta de vagas em creches e de
escolas. Não poupou o trânsito:
"Vou à Varginha, 6h, e no ônibus, duas horas e meia, naquele
aperto, naquele sofrimento,
uma mulher diz: "Dr Geraldo,
estamos levando cinco horas
para ir e voltar do trabalho'".
Nitidamente constrangido,
Serra comparou a "situação
complexa" de eleição ao título
"Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos", livro de Rubem Fonseca. Mas errou o nome: "Vastas Emoções e Sentimentos Imperfeitos".
Ao longo do discurso, de 22
minutos, Serra citou Alckmin
duas vezes: na apresentação do
jantar e ao dizer que até hoje
não conseguiu atingir índices
de aprovação da gestão Alckmin. No início da fala -ao lembrar a história do PSDB-, o governador leu um texto que
enaltece a importância de honrar compromissos na política.
Hoje aliada a Kassab, boa parte
do tucanato, incluindo ex-ministros, não estava lá.
Antes de sua chegada, às 22h,
ao lado de FHC, o clima era de
apreensão. Ao saber que o governador chegava ao prédio,
Alckmin correu para cozinha,
onde tirou fotos e cumprimentou funcionários, por cinco minutos, até que o governador entrasse no salão.
Convite
A Folha comprou pelo valor
de R$ 1.000 um convite para o
jantar de arrecadação da campanha de Alckmin, ontem, após
ser informada de que a imprensa não teria acesso ao salão
principal do evento.
Por entender que seria necessário estar no local para melhor descrever os acontecimentos aos leitores, o jornal
adquiriu em nome do jornalista Claudio Dantas Sequeira um
convite para o evento. Para isso, ele teve de fornecer nome e
CPF ao efetuar o pagamento.
(ANA FLOR, CATIA SEABRA, CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA E JOSÉ ALBERTO
BOMBIG)
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