|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Alckmin contrata marqueteiro que atuou em campanha de Lula
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob nova direção, a campanha do tucano Geraldo Alckmin a prefeito de São Paulo vai
mirar o que entende ser os problemas das duas últimas administrações da capital. A estratégia deverá resultar em críticas
ao prefeito Gilberto Kassab
(DEM), que tem o PSDB em sua
gestão e era vice do governador
tucano José Serra até 2006.
Anteontem à noite, em entrevista exclusiva à Folha, o
marqueteiro Lucas Pacheco
afirmou que deixou o comando
da comunicação de Alckmin
por estar insatisfeito com os
rumos da campanha. O posto
foi assumido ontem por Raul
Cruz Lima, publicitário de
pouca tradição na política, mas
que já participou de campanhas do presidente Lula.
O novo chefe, a pedido do
candidato e de seus apoiadores
mais próximos, trabalhará em
duas frentes: comparar o período de Alckmin à frente do Estado com o de Marta Suplicy (PT)
na prefeitura (2001-2004) e
apontar os "equívocos" de Kassab, nas palavras de um dos
coordenadores tucanos.
O novo slogan, por enquanto,
será "competência e respeito
por você". Também nessa linha, Lima tentará diferenciar o
PSDB do DEM (históricos aliados), evocando programas sociais dos tucanos e mostrando
que o partido de Kassab tenta
se apropriar de realizações de
Alckmin, Mario Covas e Serra.
Antes do início da campanha,
ele chegou a disputar com Pacheco a chance de comandar a
comunicação tucana, mas foi
preterido por razões financeiras. Agora, assume com o endosso de Edson Aparecido,
coordenador da campanha.
Lima foi dono da agência Denison, nome tradicional no
mercado privado, e, segundo a
campanha, colaborou com Duda Mendonça e João Santana
nas duas vitórias de Lula, em
2002 e 2006, respectivamente.
Hoje, faz parceria com Marcelo
Simões, outro que chegou a ser
cotado para a vaga de Pacheco.
A favor de Lima pesa o fato
de ser reconhecido como profissional criativo e enérgico,
porém com pouca experiência
para enfrentar Santana, hoje
com Marta, e Luiz Gonzalez,
com Kassab. Entre seus desafios está ainda o de dar mais
densidade política ao discurso
de Alckmin -como explicar
para o eleitor o motivo que o leva a desafiar uma gestão que
tem seu partido no comando.
"Não acho que o Kassab seja
um bom prefeito. Se fosse, não
teríamos outro candidato. É
preciso afirmar a candidatura
Alckmin. Se atingirmos a atual
gestão, paciência", afirmou o
deputado federal José Aníbal.
Ontem à noite, Lima se reuniu com o grupo de Alckmin. A
idéia é que seu primeiro programa vá ao ar amanhã.
Insatisfação
Ao sair, Pacheco disse à Folha que o grupo ligado a Serra
atrapalhava sua estratégia, que
previa "desconstruir" a gestão
Kassab. Pressionado, Alckmin
teria evitado as críticas à espera
do apoio do governador. "Minha intenção foi dar uma sacudida para ver se as coisas mudam. Vou descansar e volto a
São Paulo para votar em Alckmin", disse Pacheco ontem.
Insatisfeito com o programa
na TV, o núcleo da campanha
-Alckmin, Aparecido e Silvio
Torres- sugeriu que Lima "auxiliasse" Pacheco, mas ele preferiu sair. O programa vinha
sendo alvo de reclamações. Segundo tucanos, procurava-se
reforço para a redação de texto.
O presidente municipal do
PSDB, José Henrique Lobo, foi
um dos críticos mais contundentes. À Folha Pacheco atribuíra sua saída a "lobos em pele
de cordeiro". Ontem, Alckmin
ligou para Lobo e chamou, disse o presidente, de injustas as
declarações do publicitário.
Texto Anterior: Eleições 2008 / São Paulo: Ao lado de Serra, Alckmin ataca Kassab Próximo Texto: Alckmin tem dia cheio após troca de marqueteiro Índice
|