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Influência de Duda incomoda petistas
DA REPORTAGEM LOCAL
Setores do PT estão incomodados com o papel do publicitário
Duda Mendonça na comunicação
do governo de Luiz Inácio Lula da
Silva. Oficialmente, a última tarefa do publicitário foi organizar a
festa de posse de Lula e criar, gratuitamente, a campanha de marketing do programa Fome Zero.
Mas ele é ouvido sobre decisões
e nomeações do setor de comunicação. É atribuída a Duda, por
exemplo, a sugestão -até agora
não acatada- do nome do jornalista Florestan Fernandes Jr. para
comandar a Rede Brasil-TVE.
São dois canais de televisão pública, um no Rio e outro no Maranhão, que coordenam uma rede
de emissoras educativas e/ou públicas no país.
Formalmente, o PT sondou a
jornalista Alice Maria, da chefia
de jornalismo do canal pago Globo News, para comandar a Rede
Brasil/TVE. Ela não manifestou
interesse em assumir a empreitada. O ex-deputado federal petista
e jornalista Milton Temer tentou
articular seu nome para o cargo,
mas sofre resistências internas.
Entre petistas, atribui-se a nomeação de Luiz Gushiken para a
Secretaria de Comunicação de
Governo e Gestão Estratégica não
só a sua amizade com o presidente Lula. Durante a campanha,
Gushiken construiu uma boa relação com Duda Mendonça, que
detém a confiança do presidente
nas questões do setor, em especial
depois da forma como conduziu
o marketing eleitoral petista.
Duda nega interferências no governo petista. "Trabalho quando
sou chamado. Até agora não fui",
diz o publicitário.
No livro que lançou no ano passado, "Casos e Coisas", Duda contou um episódio polêmico sobre a
participação em governo de marqueteiros que cuidaram da campanha eleitoral.
Em meados da década de 80,
disse que colaborou gratuitamente na campanha de Waldir Pires
ao governo da Bahia. Derrotado,
Pires é nomeado ministro da Previdência do governo José Sarney
(1985-1990).
"Criei, naturalmente, uma expectativa", escreveu Duda. "Pensei que teria, pelo menos, uma
oportunidade. Mas Waldir virou
as costas para mim e por interesses políticos entregou a conta do
ministério a uma outra agência,
também da Bahia, do mesmo tamanho da minha, sem nenhuma
concorrência (...). Eu não queria
nenhum tipo de favorecimento.
Só queria ter uma oportunidade
para concorrer, para mostrar meu
trabalho."
(PLÍNIO FRAGA)
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