São Paulo, domingo, 12 de maio de 2002 |
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PAINEL Sem substituição O caso Ricardo Sérgio assustou o tucanato, criou sérias dificuldades para a campanha de José Serra, mas, a não ser que o presidenciável desabe literalmente nas pesquisas, o Planalto manterá até o fim a candidatura do ex-ministro da Saúde. Fim antecipado Retirar Serra da disputa significaria, na visão do Planalto, a desmoralização do governo FHC, tornando o presidente uma versão brasileira da rainha da Inglaterra. Mais do que isso: abriria um largo caminho para investigações contra o governo. Escassez de votos O Planalto considera também que, para fazer a substituição, precisaria haver no PSDB algum nome com reais condições para derrotar Lula (PT). Nem Aécio Neves (MG) nem Tasso Jereissati (CE) seriam viáveis. À própria sorte Caso Serra não supere a médio prazo a crise Ricardo Sérgio e empaque nas pesquisas, o mais provável é que ele seja "cristianizado", e não substituído. Nesse caso, Ciro passaria a ser a opção de grande parte do PSDB. Bandeira branca Zequinha Sarney esteve em Brasília em missão de paz. Dizendo-se emissário dos Sarneys procurou interlocutores de FHC com um recado: a família nada fará para prejudicar a campanha de Serra, mas espera que o PSDB do Maranhão poupe Roseana, que disputará o Senado. Acordo tácito Para o ex-ministro Zequinha, os Sarneys não apoiarão Serra. Mas, caso haja acordo, liberarão o candidato do grupo ao governo do MA, José Reinaldo (PFL), a compor com o PSDB. Pura conspiração De Yeda Crusius (PSDB-RS), sobre as reportagens que envolvem José Serra ao caso Ricardo Sérgio: "De tempos em tempos aparecem essas denúncias [contra tucanos". Até tentaram impedir em 1994 a posse de FHC". União anti-ACM Os partidos de oposição a ACM na Bahia fecharam uma aliança informal e lançarão apenas dois candidatos ao Senado: os ex-governadores Waldir Pires (PT) e João Durval (PDT). O PMDB e o PSDB abriram mão de disputar o Senado. Centrar fogo A oposição também traçou um pacto de não-agressão na eleição ao governo da Bahia entre os pré-candidatos Prisco Viana (PMDB), Jaques Wagner (PT) e Lídice da Mata (PSB). O alvo único de suas campanhas serão ACM e os carlistas. Amizade crítica O PC do B, que já declarou apoio a Lula, está criticando o programa de TV do presidenciável petista, que exibiu cenas da infância pobre e choro do candidato. Divulgou um artigo no qual diz que o programa teve "pouca política, muita emoção". Primeiro mundo Segundo o PC do B, o marqueteiro Duda Mendonça, que produziu o programa do PT, não economizou recursos: "Para as cenas gravadas em Caetés, dois aviões carregados com equipamento de vídeo aterrissaram no aeroporto de Juazeiro (BA)". Baião-de-dois José Martinez (PTB) e Roberto Freire (PPS) reuniram-se para tentar pacificar a Frente Trabalhista de Ciro. O PTB e o PDT de Brizola vão coligar-se em todos os Estados, mas o PPS entrará na aliança apenas naqueles onde não há ruído. No RS, por exemplo, não haverá acordo. Emissário tucano José Aníbal (PSDB) estará na quinta-feira em Cuiabá (MT) para convencer Dante de Oliveira a abrir mão, em favor do PMDB, de uma das candidaturas ao Senado lançadas pelos tucanos no Estado. O impasse gerou um puxão de orelhas de José Serra no ex-governador. Bolsos mineiros Itamar Franco (PMDB) ainda não pagou o funcionalismo público de Minas Gerais. TIROTEIO De Roberto Requião (PMDB-PR), sobre José Serra dizer que denúncias contra Ricardo Sérgio são "trololó" e "tititi": - Trololó e tititi são os descendentes diretos do nhenhenhém. Não explicam nada. CONTRAPONTO Retranca parlamentar
Em um plenário vazio, Luiz
Otávio (PSDB-PA) presidia a
sessão do Senado da última
quarta-feira. Pouco mais de dez
senadores esperavam o momento de discursar, enquanto a
maioria permanecia nos gabinetes ou em reuniões. |
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