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Para economista, PT
enfrenta dificuldades
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário de Comunicação
do PT, o economista Marcelo Sereno, afirma que o PT terá "um
milhão de dificuldades" na reta final da campanha das eleições municipais. Mesmo diante de um orçamento anual petista próximo
dos R$ 45 milhões, Sereno sustenta que o partido, "com uma ou
outra exceção", tem uma campanha "pobre" nas ruas.
Uma das exceções, de acordo
com Sereno, é a campanha de reeleição de Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo. Ele justifica: "As
cidades em que o PT está no governo são as que têm as situações
financeiras mais tranqüilas, porque estabeleceu uma relação com
essa parte da sociedade que contribui mais em campanha".
Segundo Sereno, as dificuldades
estão nos municípios em que o PT
não administra. "Onde o PT não
está [no governo], depende da capacidade do partido localmente,
inserção junto à sociedade local,
para o pessoal conseguir recursos
para tocar ou não a campanha."
Sereno, em maio passado, foi
exonerado a pedido do Palácio do
Planalto, onde atuava como assessor especial do ministro José
Dirceu (Casa Civil). Na prática,
tratava diretamente das distribuições de cargos e nomeações partidárias no governo federal, principalmente às ligadas ao PMDB.
Sobre o orçamento do PT, Sereno disse: "É um partido com despesas muito grandes. O que se falou nos jornais sobre a receita do
partido não corresponde à realidade. Se você falar com o Delúbio
[Soares, tesoureiro do partido],
vai verificar que o orçamento do
partido está comprometido com
funcionários, com sedes, com internet, com jornal e um monte de
outras coisas. O orçamento do
partido não é para eleição".
Sobre o uso de programas da
Prefeitura de São Paulo em outras
campanhas petistas, o secretário
de Comunicação do PT afirma
tratar-se de uma "tradição" do
partido. "Há uma tradição do
partido de ter um modo petista de
governar, uma série de propostas
comuns a várias cidades nas quais
trabalhamos. Foi assim com o Orçamento Participativo, que foi
uma proposta nossa, foi assim
com o Bolsa-Família, que era Bolsa-Escola, foi assim com algumas
propostas encaminhadas por nós
em cidades como Porto Alegre,
São Paulo e Belo Horizonte."
"O fato é que o governo da Marta, na nossa avaliação, é um bom
governo, e essas propostas são
propostas inovadoras. O bilhete
único no mundo não é uma novidade, mas no Brasil é", argumenta
o secretário de Comunicação.
Mesmo ações menos conhecidas da prefeitura paulistana, como a restauração do mercado
municipal, estão sendo usadas
nos programas de outras capitais,
como no caso de João Pessoa
(PB). No programa do petista Ângelo Vanhoni, em Curitiba (PR),
está prevista a entrega de uniformes escolares para as crianças da
cidade, assim como fez Marta.
Já Porto Alegre, governada pelo
PT há 16 anos, não usa a imagem
de Marta: "Estamos há 16 anos no
poder. Temos nossa própria experiência como modelo", diz José
Clóvis de Azevedo.
(JD E EDS)
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