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CASO BANESTADO
Procuradores denunciam 62 ex-dirigentes
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Os procuradores da República
que investigam operações ilegais
no Banestado (Banco do Estado
do Paraná) denunciaram à Justiça
Federal 62 ex-dirigentes e ex-integrantes do conselho de administração do banco.
As denúncias são por crimes
contra o sistema financeiro, sob
acusação de empréstimos a 107
empresas sem lastro financeiro
para saldar suas dívidas.
Entre os denunciados, há cinco
ex-presidentes do banco e três ex-secretários da Fazenda.
As operações sustentam 48
ações por suposta gestão fraudulenta realizadas entre 1991 a 1999
-período que abrange o primeiro governo de Roberto Requião
(PMDB) no Paraná e nas duas administrações de Jaime Lerner (ex-PFL, hoje PSB).
O Banestado precisou de socorro financeiro de R$ 5 bilhões do
governo federal para ser saneado
e vendido para o Itaú, em 2000.
Empréstimos sem garantia de retorno, de acordo com os procuradores da República, foram uma
das causas da crise financeira que
acometeu o banco.
A acusação formal à Justiça Federal aponta os 62 diretores como
os responsáveis pela aprovação
de operações irregulares.
As empresas que estão envolvidas ainda não foram denunciadas
pelos procuradores. Também não
há um valor estimado para o volume de empréstimos que foi feito
sem retorno.
A denúncia foi feita na sexta-feira da semana passada. A Justiça
Federal ainda não se manifestou
sobre o caso.
De acordo com o Ministério Público Federal, a acusação está sustentada em 149 volumes de documentos que foram encaminhados
pelo Banco Central.
O BC já move centenas de processos administrativos contra ex-dirigentes e ex-funcionários do
Banestado.
CC5
Os procuradores dessa denúncia no caso são os mesmos que
compõem a força-tarefa que atua
para incriminar integrantes do esquema de evasão de dinheiro por
meio de contas CC5 (de residentes fora do Brasil).
Não há, porém, relação direta
do caso de agora com as operações que teriam movimentado até
US$ 30 bilhões na agência do Banestado de Nova York.
Ainda assim, alguns dos dirigentes que foram denunciados
agora já possuem condenação de
primeira instância no caso das
contas CC5.
Uma condenação por gestão
fraudulenta pode representar pena de três a 12 anos de reclusão.
Um dos secretários da Fazenda
que foram denunciados é o atual
presidente do clube de futebol
Coritiba, Giovani Gionédis.
Ele foi acusado de presidir o
conselho de administração do Banestado na primeira gestão de
Lerner.
Gionédis afirmou à Agência Folha que ele e os demais conselheiros denunciados já foram absolvidos nos processos administrativos do BC.
"Estão me envolvendo agora de
graça", disse ele.
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