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PESQUISA
Entre aqueles que levaram anotações para copiar na urna eletrônica, 26% obtiveram os números com outras pessoas
Dos eleitores, 72% usaram cola para votar
LUIZ CAVERSAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria absoluta dos eleitores
(72%) utilizou uma cola com o
número dos candidatos na votação do último domingo. Daqueles
que se valeram desse recurso, nada menos que 26% obtiveram os
números com terceiros.
É o que informa pesquisa do
Datafolha realizada na sexta-feira,
na qual foram ouvidas 3.979 pessoas em 241 cidades brasileiras. O
levantamento indica que 27% dos
eleitores disseram que decoraram
os números dos candidatos nos
quais iriam votar, e 1% do eleitorado não soube responder.
Entre os que levaram os números dos candidatos anotados para
copiar no teclado na urna eletrônica, 12% declararam que tiveram
esses números anotados por alguém que mora na casa do entrevistado, 8% obtiveram a anotação
de alguém de fora de sua casa e
6% afirmaram que receberam os
números anotados no próprio dia
da votação -uma medida da importância relativa da boca-de-urna na definição da eleição.
Admitem o uso da cola no dia
da eleição principalmente as mulheres (79% contra 65% dos homens), os menos escolarizados
(78% contra 61% entre os de nível
superior), os eleitores da região
Sul (75%), os que moram em cidades do interior (73%) e os que
afirmam ter votado em Anthony
Garotinho (76%). Entre os que
votaram em José Serra, 56% dizem que fizeram a cola pessoalmente. Daqueles que se declaram
eleitores de Lula, 28% afirmam ter
decorado os números.
A maioria dos eleitores que receberam a indicação dos candidatos feitas por terceiros é composta
principalmente por mulheres acima de 45 anos e com o primeiro
grau de instrução. E aqueles que
obtiveram a cola no próprio dia
da votação se concentram nos
municípios do interior, na região
Nordeste e em cidades entre 10
mil e 50 mil habitantes.
Dificuldades
A pesquisa do Datafolha também aferiu junto ao eleitorado
qual foi o grau de dificuldade enfrentado para escolher seis candidatos no teclado da urna eletrônica. O resultado: o equipamento
causou dificuldades na hora do
voto para 10% dos entrevistados,
sendo que 3% disseram que tiveram muita dificuldade para votar,
e 7% declararam ter enfrentado
um pouco de dificuldade para digitar o número dos candidatos.
Entre os restantes, 89% afirmaram que não tiveram dificuldades
e 1% não soube responder.
Daqueles que tiveram muitas
dificuldade para lidar com a urna
eletrônica, a maioria era composta por mulheres, com 60 anos ou
mais, com o primeiro grau e com
renda de até cinco salários mínimos. O maior grau de dificuldade
com o voto também foi detectado
no Nordeste, no interior, em cidades com população entre 50 mil e
150 mil habitantes.
Também a maioria absoluta dos
eleitores ouvidos pelo Datafolha
afirmou ter enfrentado filas no
dia da votação. Foram 70% das
respostas positivas. Desses, 31%
ficaram até 30 minutos na fila,
14%, de 30 minutos a uma hora,
15% permaneceram entre uma e
duas horas, 7%, duas a três horas,
e 3%, mais de três horas na fila.
A maior parte dos que afirmaram ter ficado na fila nas seções
eleitorais reside no Sudeste, no
Norte/Centro-Oeste do país, sobretudo nas regiões metropolitanas. A região Norte/Centro-Oeste
também foi a campeã das pessoas
que ficaram mais de três horas esperando para poder votar.
Está na região Sul, principalmente no interior, a maioria dos
que declararam que não pegaram
fila no último domingo.
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