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Apoio de ACM é constrangedor, afirma Tarso
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O candidato do PT ao governo gaúcho, Tarso Genro, disse
anteontem estar ""constrangido" com os apoios de tradicionais adversários do seu partido
ao presidenciável Luiz Inácio
Lula da Silva (PT).
Dentre os políticos que lhe
causam constrangimento, Tarso citou o senador eleito Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o ex-candidato ao governo paulista Paulo Maluf (PPB).
O petista relativiza o assunto,
porém, afirmando que, como
são eles quem apóiam, e não recebem o apoio, significa uma
mudança de postura deles.
Ao mesmo tempo que se diz
constrangido, o ex-prefeito de
Porto Alegre diz que há necessidade de um eventual governo
petista ter de aceitar apoios de
outros partidos que possibilitem a governabilidade. Ele cita
como possíveis aliados em um
futuro governo Lula setores do
PSDB e do PMDB que queiram
um projeto alternativo de desenvolvimento econômico.
Também para assegurar a
governabilidade, ele defende a
renegociação da dívida externa
e das dívidas dos Estados com a
União. As declarações foram
feitas em entrevista para a TV-Com, emissora de TV paga do
grupo RBS, que detém a RBS-TV -afiliada da Rede Globo.
Tido como um dos principais
teóricos do PT, Tarso tem uma
interpretação política para tais
apoios: trata-se de uma ""implosão" do sistema de alianças
vigente no país, como a do
PSDB com o PFL de ACM.
Para que isso ocorresse no
plano político, Tarso entende
que houve uma contribuição
decisiva do modelo econômico
adotado e do seu esgotamento.
Segundo ele, o modelo quebrou. ""Isso determinou que
muitas pessoas abandonassem
o navio para procurar novas
alianças. Não podemos impedir que as pessoas se movam",
disse ele, procurando explicar a
adesão de políticos considerados conservadores ao PT.
Tarso classifica a visão econômica do PT como a de um
""capitalismo desenvolvido",
mas regulado para reduzir as
distâncias sociais. O petista rechaça a idéia de que o partido
tenha um programa de governo socialista.
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