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ELEIÇÕES 2004
Saulo critica PT, diz ter perfil executivo e afirma que seria um desafio "pegar" uma cidade como São Paulo
"Nunca defendi tese
da Rota na rua", diz
secretário de Alckmin
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário da Segurança de
São Paulo, Saulo de Castro Abreu
Filho, diz que seu discurso tem
como objetivo intimidar "criminosos, não pessoas de bem ".
Promotor de Justiça, ele entrou
para o governo do Estado em
1995, pelas mãos do ex-secretário
de Segurança Marco Vinicio Petrelluzzi. Respondeu pela Corregedoria da Administração e, em
1998, na campanha de reeleição
de Mário Covas, foi o coordenador-geral do programa de Gestão
e Planejamento.
Assumiu a Febem (Fundação
Estadual do Bem-Estar do Menor) em janeiro de 2001 e depois a
Secretaria da Segurança.
Leia trechos da entrevista que
ele concedeu à Folha:
Por que o senhor quer ser prefeito de São Paulo?
Saulo de Castro Abreu Filho -Primeiro pelo desafio, pegar uma cidade como São Paulo. Eu que gosto dessa área de gestão pública, esse perfil mais executivo, que me
dá prazer. Eu não teria muito prazer na área Legislativa.
Folha - O ex-secretário José Afonso da Silva criticou sua gestão...
Saulo - Ele pegou uma situação e
a entregou melhor do que havia
recebido para o Marco Vinicio
Petrelluzzi, que entregou melhor
do que havia recebido para mim.
A gestão do Zé Afonso teve dificuldades inclusive com o fato de
imprensa, a favela Naval. São situações que a secretaria tem que
conviver. A gente lida com crime.
Agora, o estilo... O recado que o
secretário tem que dar é para o
criminoso, não para a pessoa de
bem. Para ela não vai dizer nada
aquele recado. Só temos uma
equação, temos que lidar com a
impunidade. Nós temos polícia. A
polícia faz o quê? Prende. Nós temos 126 mil presos. A gente até
faz ações sociais porque os outros
não fazem.
Folha - O sr. não teme que sua
área seja vulnerável demais em
uma campanha?
Saulo - Eu acho que o PT não vai
entrar no tema segurança porque
eles não entendem bem essa
questão, eles confundem os conceitos. O [José] Genoino [presidente do PT], que se diz o maior
especialista do PT no assunto, fala
que passou 15 anos da vida estudando a questão de segurança, e
você lembra praticamente que ele
adotou o discurso do Maluf, que
que era o Rota na rua. Foi muito
criticado. Então, Rota na rua por
Rota na rua, Maluf está muito
próximo do PT. Nós nunca defendemos Rota na rua, no sentido subliminar do conceito, que é uma
polícia violenta.
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