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Empresário tem
contratos com
cidades petistas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Rogério Tadeu Buratti, que foi
secretário de Governo de Ribeirão
Preto na primeira gestão do hoje
ministro Antonio Palocci Filho
(Fazenda), é ligado a duas empresas -é sócio de uma e diretor de
outra- que têm contratos com
prefeituras petistas.
Segundo Buratti, ele atualmente
só é vice-presidente da empresa
Leão Ambiental.
O nome de Buratti veio à tona
no depoimento à Polícia Federal,
anteontem, de dois dirigentes da
GTech do Brasil. Os dois disseram
que a renovação do contrato da
empresa com a Caixa Econômica
Federal foi intermediada por
Waldomiro Diniz e que a moeda
de troca imposta para fechar o negócio teria sido a contratação da
empresa de consultoria de Buratti, a Assessorarte, especializada
em concursos públicos e reformas
administrativas em municípios.
Buratti era considerado o homem forte do primeiro governo
Palocci em Ribeirão Preto (1993-1996). Deixou o cargo em outubro
de 1994, após suspeitas de distribuição prévia de obras públicas.
Uma fita obtida e divulgada pela
Folha na época apontava conversas de Buratti com o engenheiro
Antônio Almeida Neto, da construtora Almeida & Filhos, nas
quais havia suspeitas de favorecimento. A Câmara e a Promotoria
investigaram o caso, mas nada ficou provado contra ele.
Após deixar o governo de Ribeirão, Buratti criou a Assessorarte
em sociedade com Luiz Prado,
que foi superintendente do IPM
(Instituto de Previdência dos Municipiários) na primeira gestão de
Palocci e ex-secretário de Administração de Jaboticabal (SP).
Segundo levantamento feito pela Folha em 2002, pelo menos sete
prefeituras petistas haviam contratado serviços da Assessorarte.
Buratti também se tornou diretor de um dos grupos empresariais mais poderosos da região, o
Leão Leão. O grupo criou, em 97,
a empresa Leão Ambiental, que
informa, em seu site, "realizar os
serviços de coleta de lixo e limpeza urbana nas cidades de Matão,
Ribeirão Preto e Araraquara".
Palocci administrou Ribeirão de
1993 a 1996 e de 2001 a 2002, quando renunciou para assumir o Ministério da Fazenda. Matão foi administrada pelo PT de 1997 a
2000. Araraquara elegeu um prefeito petista em 2000.
No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) arquivou
inquérito em que Palocci era acusado de crime de responsabilidade por ter firmado, em 2001, contrato sem licitação com o Grupo
Leão Leão para a coleta de galhos
em Ribeirão. A assessoria de Palocci, procurada anteontem, disse
que o ministro não tem nenhuma
relação com Buratti desde 1994.
Ontem, Palocci não quis voltar a
comentar o assunto.
Advogados
Os advogados dos dirigentes da
GTech Antonio Carlos Lino Rocha e Marcelo Rovai que prestaram depoimento anteontem sobre o caso Waldomiro criticaram
o vazamento das informações fornecidas à Polícia Federal. Os dois
advogados temem pela segurança
de seus clientes. Na quinta-feira,
os dois pediram ao Procurador
Geral da República, Cláudio Fonteles, o sigilo judicial no caso.
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