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SOMBRA NO PLANALTO
Rogério Buratti nega que tenha negociado contrato com a GTech em encontro articulado por ex-assessor de José Dirceu
Ex-secretário de Palocci diz que não conhece Waldomiro
ADRIANA MATIUZO
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
O ex-secretário de governo da
Prefeitura de Ribeirão Preto na
primeira gestão de Antonio Palocci (1993-1996) Rogério Tadeu
Buratti disse ontem que não conhece Waldomiro Diniz e que
apesar de ter tido encontro em
março do ano passado com representantes da GTech do Brasil, não
aceitou prestar consultoria à empresa porque já estava se dedicando exclusivamente ao Grupo Leão
Leão, no qual é vice-presidente
executivo há cinco anos da Leão
Ambiental, uma das três empresas da "holding".
Dois dirigentes da GTech afirmaram anteontem à Polícia Federal que a renovação do contrato
da empresa com a Caixa Econômica Federal foi intermediada pelo ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência Waldomiro Diniz, flagrado pedindo
propina a um empresário dos jogos, no Rio. Ele teria exigido em
contrapartida a contratação da
empresa de consultoria de Buratti, a Assessorarte. "Eu ouvi falar
do Waldomiro como qualquer
pessoa comum, pelo noticiário."
Buratti, que foi homem forte em
Ribeirão do atual ministro da Fazenda, afirmou que a GTech, na
época, por meio de um de seus
advogados, pediu para ter uma
reunião com ele. No encontro,
que teria ocorrido num hotel em
Brasília, Buratti foi questionado
sobre suas condições para ajudá-los junto à CEF como consultor.
Ele afirma ter dito que não era
mais sócio da Assessorarte e que,
mesmo que fosse, a empresa, que
ainda atua em Ribeirão Preto,
prestava consultoria apenas na
área de concursos públicos.
Ele disse que no encontro não
chegou a se falar sobre valores e
que pode acionar judicialmente
os representantes da GTech que
falaram sobre uma suposta oferta
de serviço por R$ 16 milhões.
Buratti afirmou que, se for convocado, irá prestar depoimento.
"Acho uma história tão inusitada, que consigo entender pouco o
objetivo dela. Me prejudicar é
muito pouco, porque eu não represento nada nessa história."
Buratti deixou a Prefeitura de
Ribeirão em outubro de 1994,
quando foi afastado do cargo por
suspeita de direcionamento em licitações de obras. O Grupo Leão
Leão foi o maior financiador da
campanha de Palocci na última
eleição e mantém hoje contrato
com a Prefeitura de Ribeirão.
No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) arquivou
inquérito em que Palocci era acusado de crime de responsabilidade por ter firmado, em 2001, contrato sem licitação com o grupo
Leão Leão para a coleta de galhos
em Ribeirão. A assessoria de Palocci, procurada anteontem, disse
que o ministro não tem nenhuma
relação com Buratti desde 94. Ontem, Palocci não quis voltar a comentar o assunto.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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