|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Com ressalvas, diretores de Redação aprovam estudo
DA REPORTAGEM LOCAL
Responsáveis por jornais avaliados no projeto do Instituto
Universitário de Pesquisas do Rio
de Janeiro enxergam mérito e utilidade no levantamento, mas chamam a atenção para as armadilhas da classificação do noticiário.
Para Otavio Frias Filho, diretor
de Redação da Folha, estudos como esse ajudam a aperfeiçoar o
trabalho da imprensa, "em especial quando têm a chancela de um
instituto sério como o Iuperj".
Ele nota, porém, que a atribuição de conceitos como "positivo",
"negativo" e "neutro" é "sempre
passível de controvérsia quando
aplicada a casos concretos".
Frias Filho ressalta que o tripé
formado por apartidarismo, pluralidade e crítica "faz parte da essência programática da Folha".
Em sua avaliação, disso resulta
empenho para que os textos sejam tão descritivos e isentos
quanto possível, o que ajudaria a
explicar o elevado índice de noticiário considerado "neutro".
"Mas jornalismo não é estatística", pondera. Ele acha normal que
a candidatura Serra tenha merecido mais espaço na Folha. "Sua
viabilização foi a grande incerteza
política no período analisado."
Também o diretor de Redação
de "O Globo", Rodolfo Fernandes, vê com reservas o procedimento de classificar as reportagens nas três categorias.
Em seu entender, os critérios serão sempre relativos. "Serra dar
nota 7,5 para o governo Fernando
Henrique é "positivo" ou "negativo'? E Ciro dizer que vai alongar o
perfil da dívida interna? E Lula
afirmar que o PT mudou?"
Apesar da ressalva, ele considera o trabalho relevante para avaliar os rumos da cobertura. Acrescenta que "O Globo" faz semanalmente seu levantamento do espaço destinado aos candidatos à
Presidência a ao governo do Rio.
"Até aqui, os propósitos de
equilíbrio, imparcialidade e profundidade vêm sendo atendidos",
diz. "Os resultados do Iuperj confirmam nossa pesquisa interna."
Ele observa ainda que o "positivo" para a imprensa e o leitor nem
sempre o é para os candidatos.
"Por eles só publicaríamos o blá-blá-blá de campanha, e nosso objetivo é justamente aproveitar a
eleição para debater políticas públicas relevantes para o país e suas
reais chances de implantação."
Procurada, a direção do "Estado" não quis se manifestar sobre
as conclusões da pesquisa.
(RLP)
Texto Anterior: Levantamento divide textos em três categorias Próximo Texto: Janio de Freitas: Promessa branca Índice
|