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OUTRO LADO
Acusados negam veracidade das fitas transcritas
DA AGÊNCIA FOLHA
O advogado do empresário
Carlos Guilherme Lima, Gilberto Pereira, classificou as
acusações contra seu cliente
como "absurdas". Ele afirmou
desconhecer o envolvimento
de Lima no processo de privatização do Banestes.
Pereira não quis comentar
comentou os supostos diálogos
entre o empresário e deputados sobre o assunto. "Ainda
não tive acesso aos autos. Não
sabemos se as fitas são verdadeiras ou se as conversas foram
divulgadas por inteiro."
Sobre a acusação de empréstimos mediante fraude, que, de
acordo com o Ministério Público, teriam levado à falência o
banco Santos Neves, o advogado afirmou que uma das empresas de Lima contraiu um
empréstimo no banco mas já
teria pago 90% dele.
O secretário de Transportes e
Obras Públicas, Jorge Hélio
Leal, afirmou que o empresário
é seu amigo particular, mas nega que tenha conversado com
ele sobre a privatização do Banestes. "Sou secretário de
Transportes e Obras Públicas e
nunca fui autorizado pelo governador a tratar do Banestes."
O deputado Robson Neves
(PFL) afirmou que não poderia
comentar as transcrições das
conversas feitas pelo Ministério Público porque os diálogos
são relatados em ordem indireta. "Parece que estão utilizando
conversa sobre outro assunto e
contextualizando na questão
do Banestes."
O deputado Luiz Pereira
(PFL) negou que tenha conversado com Leal sobre a privatização do Banestes. "Tenho
muitos projetos de lei, convênios e obras que estão na secretaria (Transportes e Obras Públicas) e falo muito com ele sobre isso", afimou.
A Agência Folha ligou para os
gabinetos dos deputados Gumercindo Vinand (PGT) e Mateus Vasconcelos (PRTB) mas
não obteve resposta. Seus celulares estavam desligados. O deputado Paulo Loureiro (PFL)
não foi localizado.
O presidente da Assembléia,
José Carlos Gratz (PFL), não
respondeu às ligações. Por dois
dias, recados foram deixados
com a assessoria de imprensa
da Casa e com seu motorista.
Em entrevista anterior, Gratz
justificou sua mudança de postura em relação ao leilão do Banestes como uma forma de
atingir o futuro governador,
Paulo Hartung (PFL), seu adversário. "Até 31 de janeiro tenho força política para aprovar
a emenda (autorizando a privatização) e evitar que o futuro
governador faça demagogia.
Ele diz que é contra mas, no íntimo, quer a privatização."
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