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Para especialistas, tranquilidade no campo só virá com ações do governo
DA AGÊNCIA FOLHA
O governo de Luiz Inácio Lula
da Silva não tem como controlar
as ações do MST por meio de diálogos e promessas. Segundo especialistas na questão agrária ouvidos pela Agência Folha, a tranquilidade no campo somente virá
com ações rápidas do Planalto.
Para o engenheiro agrônomo
José Maria da Silveira, do Núcleo
de Estudos Agrários do Instituto
de Economia da Unicamp, a nomeação de Miguel Rossetto para o
Ministério do Desenvolvimento
Agrário reforçou a idéia dos movimentos sociais de que o caminho para a reforma agrária deve
ser feito por meio de invasões.
"Com a reativação dos conflitos,
vimos ressurgir a Sociedade Rural
Brasileira, a UDR. Deve-se assentar rapidamente as famílias acampadas nas regiões de conflito."
Segundo Silveira, o PT erra ao
criticar todas as ações fundiárias
do governo FHC. "O PT, em algumas ações, está confundindo o
governo federal com os Estados.
O Estado é um bom árbitro, mas
não se pode generalizar as coisas."
Já o sociólogo Emir Sader afirma que o governo está pagando
pelos erros "criminosos" cometidos na gestão FHC e "pela herança de um país que nunca fez reforma agrária". Para ele, a questão
será solucionada com "tempo".
Segundo o engenheiro agrônomo Horácio Martins de Carvalho,
ex-presidente da Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária), o governo federal está em
uma "areia movediça", que pode
colocá-lo refém de um conflito.
"Repetem-se os equívocos que a
história já revelou: como o governo vem a reboque dos acontecimentos sociais, tende a comportar-se como conciliador, portanto
sem tomar partido, ou como privilegiador do status quo, este consagrado nas leis vigentes. Nessa
armadilha, repete a mesmice reacionária do passado recente."
(EDUARDO SCOLESE)
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