|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Campanha de
Serra em 2002
deve R$ 3,4 mi
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PSDB deve ainda R$ 3,4
milhões da campanha presidencial de José Serra em 2002.
A dívida, que a sigla promete
saldar até o final deste ano, é
um embaraço para a nova empreitada eleitoral do tucano: a
disputa pelo comando da Prefeitura de São Paulo.
Ao final da campanha, o
PSDB reconheceu uma dívida
de R$ 6 milhões. Após os acertos feitos em 2003, restaram
oficialmente R$ 3,4 milhões -
R$ 1,5 milhão para o publicitário Nizan Guanaes, R$ 500 mil
para a Líder Táxi Aéreo e R$ 1,4
milhão para gráficas e empresas de outdoors.
Esse é o débito reconhecido
oficialmente na Justiça Eleitoral, mas eventualmente um ou
outro credor bate às portas do
partido ou do Judiciário cobrando faturas que os tucanos
contestam, e para as quais dão
explicações geralmente vagas.
Ano passado, por exemplo,
surgiu uma fatura de R$ 33 milhões, apresentada pelas empresas que alugaram o estúdio
onde foram gravados os programas de TV, as câmeras de
vídeo e os serviços de satélite. A
campanha do tucano arrecadou R$ 28,5 milhões, segundo
declaração do PSDB ao TSE.
Cobrada, a sigla assumiu que
devia R$ 2,1 milhões às empresas Computer Graphics Produções Cinematográficas e Intertrade Brasil Ltda., mas que pagara R$ 1 milhão a mais que esse valor por conta de outros débitos reclamados pelas empresas. Na época, o PSDB não especificou esses débitos. A Folha apurou que as empresas
alegaram uma dívida que teria
sido deixada pela campanha da
reeleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1998.
Mais recentemente, outra
empresa de publicidade, a Yes
Brasil, acionou o PSDB na Justiça para cobrar uma suposta
dívida de R$ 595 mil, que o partido não reconhece. A Folha
apurou que a empresa fez alguns filmes logo no início da
campanha, mas não havia uma
encomenda oficial dos tucanos.
Greve
A campanha de Serra em
2002 teve problemas financeiros desde o início. Havia exageros na autorização de gastos. O
próprio publicitário da campanha, Nizan Guanaes, mandava
rodar filmes e, ao ouvir que não
havia dinheiro, dizia que pagaria do próprio bolso.
Nizan, aliás, protagonizou o
episódio que a campanha de
Serra mais se empenhou em
abafar: na virada do primeiro
para o segundo turno da eleição, o publicitário entrou em
greve, refugiou-se em Campos
do Jordão (SP) e ameaçava viajar em seguida para Paris.
Por conta do exílio de Nizan,
os tucanos propuseram ao PT o
adiamento por alguns dias do
início da propaganda eleitoral
na TV, no segundo turno. Nizan só voltou quando recebeu
o que cobrava por seu trabalho
no primeiro turno.
É provável que a publicidade
da nova campanha de Serra fique sob o comando da empresa GW, que fez as campanhas
vitoriosas do ex-governador
Mário Covas e de seu sucessor,
Geraldo Alckmin.
Texto Anterior: Eleições 2004: PT pressiona PSB a retirar Erundina do páreo Próximo Texto: Eleições 2004: Maluf diz buscar o "último cargo" de sua vida Índice
|