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Funcionários da
Funai são presos
por contrabando
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal anunciou ontem o desmonte de uma quadrilha acusada de contrabandear
partes de animais silvestres para
confeccionar artesanato indígena.
Alguns membros do grupo, segundo a PF, atuavam havia 30
anos. Entre os 11 presos, sete são
funcionários da Funai (Fundação
Nacional do Índio).
Parte do material apreendido
era comercializado nas lojas da
rede Artíndia, coordenada pela
Funai. "Houve um verdadeiro
massacre de animais silvestres",
disse o delegado Jorge Barbosa
Pontes, que presidiu o inquérito.
Os animais mais visados pela
quadrilha, pelo relato da PF, eram
papagaios e araras (em razão das
penas), onças (para extração dos
dentes) e gatos do mato (por sua
pele). Macacos de espécies em extinção também estão na lista.
Segundo Pontes, o esquema
funcionava em uma "brecha da
lei": a legislação permite a comercialização de artesanato confeccionado com restos de animais
silvestres que tenham sido previamente consumidos pelos índios.
Mas o volume apreendido - cerca de mil peças- não é compatível com a quantidade de animais
caçados para consumo.
A assessoria de imprensa da Funai afirmou que o presidente da
instituição, Mércio Pereira Gomes, espera que os funcionários
envolvidos sejam punidos.
(GABRIELA ATHIAS)
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