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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Com Duda Mendonça, prefeita tenta melhorar imagem da gestão
Marta monta megaoperação para mostrar SP e ajudar Lula
XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o apoio do marqueteiro
Duda Mendonça, gastos com publicidade de R$ 38,5 milhões e um
salto de 107 mil para 300 mil no
número de famílias beneficiadas
com programas sociais, a prefeita
de São Paulo, Marta Suplicy (PT),
monta uma megaoperação para
melhorar a imagem administrativa e ajudar a candidatura de Luiz
Inácio Lula da Silva.
A região metropolitana de São
Paulo, cuja principal cidade é administrada pelo PT, resiste mais a
Lula do que a média nacional. Os
beneficiários dessa resistência,
atestam as pesquisas de intenção
de voto, são José Serra (PSDB) e
Anthony Garotinho (PSB).
Em maio, o petista liderava na
região metropolitana com a preferência de 34% do eleitorado, nove pontos percentuais a menos do
que tinha na média de todo o país.
Sua rejeição na capital foi oito
pontos maior do que na média
nacional, que é de 27%, segundo
pesquisa do Datafolha. Da equipe
de coordenadores da campanha
presidencial do PT, a prefeita conta com a colaboração de Duda
Mendonça, que dirige o marketing do candidato Lula.
Além de levar aos programas
eleitorais do partido as realizações
da prefeitura, o marqueteiro tem
aconselhado, segundo apurou a
Folha, a linha de anúncios do poder municipal. O mote "fazendo e
mostrando", que lembra a propaganda da gestão malufista com assinatura do mesmo Mendonça, é
resultado desses conselhos.
A verba publicitária da prefeitura está em sintonia com o ano
eleitoral. Até anteontem, a gestão
do PT já havia consumido R$ 21,2
milhões no setor, segundo números do Serviço de Execução Orçamentária revelados pela assessoria econômica do vereador Roberto Trípoli (PSDB).
Até o final deste ano, o município vai gastar pelo menos R$ 38,5
milhões, conforme orçamento
inicial que já sofreu alterações.
Durante todo o ano passado, a
despesa com propaganda foi de
R$ 24,1 milhões, descontando a
dívida de R$ 5,8 milhões que a
prefeitura pagou da administração de Celso Pitta (PTN).
O antecessor de Marta era mais
econômico nesse tipo de gasto.
Em 2000, destinou R$ 13,8 milhões para a área publicitária.
Guerra do social
Na guerra do "tudo pelo social"
com o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, cujo
trunfo eleitoral é o "Cartão do Cidadão", lançado recentemente
para ajudar a campanha de José
Serra, a Prefeitura de São Paulo
conta com o aumento de famílias
cadastradas em programas sociais -de 107 mil no ano passado
para 300 mil.
A prefeitura vai explorar a vantagem dos seus programas sociais
em comparação com a administração federal. O projeto de renda
mínima de São Paulo paga uma
bolsa de até R$ 220 (em média, R$
117) para cada família, enquanto o
governo federal remunera com
R$ 15 o Bolsa-Renda, o Bolsa-Escola e o Auxílio-Gás.
Os programas implantados pelo
secretário municipal do Trabalho,
Marcio Pochmann, estão entre os
atrativos eleitos por Duda Mendonça para a publicidade de Lula
no horário eleitoral gratuito, que
vai ao ar a partir do dia 20 de agosto no rádio e na televisão.
O marqueteiro também deve
usar as obras da gestão de Marta
Suplicy para mostrar o que é chamado nos bastidores da campanha de "o PT que faz".
Nesse pacote devem entrar três
piscinões -obras contra enchentes que já foram "estrelas" da gestão de Paulo Maluf- e os "escolões", como foram rotuladas as
escolas equipadas com centros esportivos e culturais que serão
construídas na periferia.
Essas obras, no entanto, enfrentam contestações do Sinduscon
(Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo) na Justiça. Para os empreiteiros, a licitação restringe a concorrência pública a poucos participantes.
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