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OUTRO LADO
Prefeitura nega ação eleitoreira
DA REPORTAGEM LOCAL
As realizações da Prefeitura de
São Paulo, segundo a Secretaria
de Comunicação, não têm relação
direta com o calendário eleitoral e
com a campanha de Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) à Presidência.
"As obras e serviços fazem parte
do que havia sido programado
para ser entregue ou posto em
prática ao longo de 2002", diz o
secretário José Américo Dias.
"Depois de um ano arrumando a
casa, a prefeitura começa a mostrar o seu trabalho."
Segundo o porta-voz da prefeitura, o marqueteiro Duda Mendonça não tem participação nos
anúncios do poder municipal veiculados atualmente na TV.
Mendonça mantém contato
com a gestão petista, informa
Dias, para ter idéia do que está
sendo feito e poderia ser utilizado
como realizações do governo do
PT no programa eleitoral do candidato do partido à Presidência.
Os responsáveis pelas peças publicitárias, de acordo com a prefeitura, são as agências que venceram a licitação para o serviço: Agnelo Pacheco, PG Comunicação e
Markplan, que atuam em regime
de consórcio.
Não há nenhuma intervenção
de Duda Mendonça, segundo o
secretário de Comunicação. Os
responsáveis pelo consórcio foram procurados pela Folha para
falar sobre o assunto, mas preferiram não se pronunciar.
O mesmo ocorreu com o marqueteiro da campanha de Lula,
que informou, por meio da sua
assessoria em São Paulo, que não
falaria sobre o tema.
Os gastos com publicidade, de
acordo com a prefeitura, são necessários para que os cidadãos
saibam o que a gestão de Marta
Suplicy tem realizado.
"Precisamos informar em que
está sendo aplicado o dinheiro",
afirma Dias. "Muitas pessoas não
sabem que têm direito a vários
serviços públicos, como o transporte escolar gratuito para crianças, por exemplo. Com a comunicação, nós mostramos isso", declara o secretário.
As realizações da prefeitura
paulistana, na avaliação de Dias,
podem até ajudar os candidatos
do PT, mas não têm sido apresentadas com esse objetivo.
Segundo o secretário de Comunicação, as obras dos piscinões,
contestadas pelo Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção
de São Paulo), começaram a ser
feitas sem concorrência pública
por causa da situação de emergência de combate às enchentes.
A prefeitura afirma que a licitação para a construção dos "escolões" obedece totalmente à lei e
não há motivo para ela ser barrada na Justiça, como quer o mesmo sindicato de empreiteiros.
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