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Dantas tentava "apagar vestígio" em fundo, diz PF
EM SÃO PAULO
O relatório da Polícia Federal que embasou os pedidos de prisão da Operação
Satiagraha, entregue no final
de junho ao Ministério Público Federal, afirma que o
banco Opportunity, de Daniel Dantas, tenta "apagar os
vestígios" de supostas irregularidades financeiras no
fundo Opportunity nas Ilhas
Cayman com a criação de um
novo fundo de investimentos, o Unique Fund.
De acordo com o delegado
Protógenes Queiroz, que assina o documento, o banco
tenta transferir a carteira de
investidores brasileiros do
Opportunity Fund, sob investigação, para o Unique,
fundo de investimento "sem
qualquer passagem no noticiário policial, investigações
e livre de qualquer mácula de
processos judiciais".
O objetivo, conclui o delegado, é livrar o banco e os
cerca de cem investidores
brasileiros que teriam aplicado no Opportunity Fund
em desacordo com a legislação. Segundo a PF, a lei permitia as aplicações apenas a
residentes no exterior. Os
cotistas eram beneficiados
por isenção de IR.
Segundo o relatório da PF,
o novo fundo "é criado nos
mesmos moldes do Opportunity Fund, ou seja, com estrutura de um fundo guarda-chuva, com diversos subfundos e investimentos no mercado de ações brasileiro.
De acordo com o delegado,
Norberto Tomaz, suposto
"homem de inteira confiança" de Dantas, seria o responsável por tentar transferir a carteira de investidores
do Opportunity Fund para o
Unique Fund.
No relatório, o delegado levanta outra série de suspeitas, sem explicitar de onde as
tirou. Fala da suspeita de um
"comando central" acima de
Dantas e do investidor Naji
Nahas, os dois que são apontados por ele como os "chefes", os "capos", da suposta
organização criminosa.
Procurada, a assessoria do
Opportunity não respondeu
à reportagem ontem.
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