São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

O preço da cadeira

A primeira parcial da prestação de contas de 52 dos 55 atuais vereadores paulistanos (três não disputarão novo mandato) indica que esta será a mais rica eleição para a Câmara Municipal. Em um mês, eles arrecadaram R$ 2,5 milhões -mais do que declararam juntos Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB).
Ao menos quatro vereadores -o presidente da Casa, Antonio Carlos Rodrigues (PR), Milton Leite (PMDB), Wadih Mutran (PP) e Agnaldo Timóteo (PR)- declararam ter captado em 30 dias mais dinheiro do que em toda a campanha de 2004. Outros seis já superaram mais da metade da verba que conseguiram arrecadar quatro anos atrás.



Mais você. Em razão das novas restrições legais, diminuiu muito a visibilidade da campanha eleitoral na prefeitura paulistana. Uma das exceções notáveis é o candidato a vereador Marcelo Frisoni (PP). O marido da apresentadora Ana Maria Braga espalhou propaganda pela cidade sem medo de ser feliz.

Game over. A TV Gazeta anunciará na segunda o cancelamento do debate que promoveria entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo em 24 de agosto. O motivo, diz a emissora, foi a dificuldade em obter compromisso de presença de Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB).

Ela é pop. Foram vendidos num estalar de dedos os convites -R$ 1 mil por pessoa- do jantar de arrecadação de fundos para a campanha de Gleisi Hoffman (PT) à prefeitura, ontem em Curitiba. A única exigência dos pagantes, vários deles empresários de peso, era o direito a uma foto ao lado da estrela convidada: Dilma Rousseff.

Contra-ataque. Aloizio Mercadante (PT-SP) e Cristovam Buarque (PDT-DF) articulam reunião dos 29 senadores que têm projetos sobre distribuição de royalties.
Querem se contrapor à ofensiva dos governadores de Estados produtores de petróleo, que tentam barrar mudanças na legislação. "Temos de vincular as receitas à educação, embora respeitando a federação", afirma o petista.

De castigo. O cerimonial do governo paraguaio não reservou lugares para a delegação brasileira que foi à posse de Fernando Lugo. O chanceler Celso Amorim, o assessor presidencial Marco Aurélio Garcia e parlamentares assistiram à cerimônia inteira de pé, sob calor escaldante.

Alívio. Depois de editorial de capa do jornal "ABC Color" decretando o fim do "roubo" brasileiro em Itaipu, a comitiva de Lula estava algo tensa. O discurso ameno do novo presidente aliviou o clima.

No papel. O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, e o paraguaio, Carlos Mateo, trocaram figurinhas durante a posse. Na véspera, firmaram documento que trata de normas para melhorar compras e licitações, mas nem toca em tarifas.

Túnel do tempo. Marco Maciel (DEM-PE) aprova a decisão do governo Lula de reconstruir a sede da UNE no Rio. "Esse processo teve início com o presidente Sarney, quando, como ministro da Educação, coordenei as ações que resultaram na lei que devolveu a União Nacional dos Estudantes à legalidade."

Expresso. O Conselho de Contribuintes do Rio inicia em outubro processo para obter o certificado ISO 9001. Seria o primeiro do Brasil a conseguir tal registro. De janeiro a julho, o conselho julgou 1.858 processos -foram 1.923 em todo o ano passado e nem 800 no biênio 2005-2006.

Visita à Folha. Gilberto Kassab (DEM), prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"O prefeito lança uma bomba dessas, e agora nós é que temos de ficar espanando o estrago."
Do vereador MILTON LEITE (DEM), correligionário de Gilberto Kassab, sobre o envio à Câmara, segundo a prefeitura por engano, de projeto que estabelece a cobrança do pedágio urbano em São Paulo.

Contraponto

Bola entre as pernas

Na cerimônia de posse do novo secretário de Segurança do DF, Valmir Lemos de Oliveira, simpatizantes do general Cândido Vargas, que deixava o posto, exibiram uma faixa de agradecimento e outra de provocação, que dizia: "Em time que está ganhando não se mexe".
O governador José Roberto Arruda (DEM) rebateu:
-Estou vendo duas faixas. Concordo com a primeira, mas não com a segunda-, disse ao discursar.
E continuou:
-Outro dia condecorei a seleção de 1958. O Feola teve coragem para tirar o Dida e colocar o Pelé. O resultado é que o time, que ia bem, mas não brilhava, foi campeão.
Os aplausos disfarçaram o constrangimento geral.


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