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ELEIÇÕES 2008 / RIO DE JANEIRO
Cabral pede ajuda do Exército na campanha eleitoral do Rio
Governador critica comandante militar do Leste por não ser muito "proativo"
Presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, diz que será preciso "identificar pontos de maior fragilidade" antes de levar as tropas ao Rio
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
Um dia após o TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) autorizar o
emprego das Forças Armadas
nas eleições no Rio, o governador do Estado, Sérgio Cabral,
enviou ontem ofício ao TSE pedindo tropas federais para
atuar na segurança pública durante o período eleitoral "o
mais breve possível". Ele disse
que "seria um belo presente" se
ficassem no Rio após a eleição.
O TRE (Tribunal Regional
Eleitoral) apoiou a decisão. Até
o início da noite de ontem, o
Exército informou não ter recebido ofício do TSE requisitando sua atuação no Rio. No
texto enviado ao presidente do
TSE, Carlos Ayres Britto, Cabral diz que o governo é "favorável a qualquer medida que tenha por fim dar maior segurança aos seus habitantes" e que "a
vinda de forças federais se soma ao esforço do nosso governo
no combate à criminalidade".
"Gostaria que as forças federais viessem para cá o mais breve possível, para nos ajudar a
combater a criminalidade e a
garantir o ir e vir de candidatos
e da imprensa. Vejo isso como
uma parceria fundamental. E,
de preferência, ficar para nos
ajudar", disse Cabral: "O que o
povo do Rio de Janeiro deseja é
o combate à criminalidade, a
tranqüilidade da sociedade e as
forças federais podem colaborar muito. Já estão colaborando, mas vindo mais, vindo
Exército, Marinha, Aeronáutica, Força Nacional, o que vier
será bem-vindo para o Rio".
A decisão do TSE contrariou
afirmação anterior de Ayres
Britto, que não via necessidade
da ida das Forças Armadas ao
Rio. O TSE disse ter levado em
conta documento em que o
procurador-geral de Justiça do
Rio, Marfan Vieira, descreve o
cenário como "desolador".
Ayres Britto disse que irá fazer um trabalho de mapeamento para saber em quais áreas as
Forças Armadas deverão atuar.
Ele quer se reunir com os ministros Tarso Genro (Justiça) e
Nelson Jobim (Defesa), além
de representantes do Estado:
"A idéia é identificar pontos de
maior fragilidade estrutural, de
maior dependência dessa influência nociva das duas forças,
do tráfico e das milícias, de modo mais direcionado", disse.
"Ruído de convivência"
A Secretaria de Segurança
não sabe se os militares ocuparão as favelas onde houve denúncias de que candidatos e
jornalistas foram impedidos de
circular ou se dará apoio ao
TRE na fiscalização e retirada
de cartazes de candidatos "únicos" em favelas. O secretário
José Mariano Beltrame sempre
foi contrário às Forças Armadas no patrulhamento ostensivo. Ele defende o apoio logístico e de inteligência. Beltrame
reclama que o Exército nunca
se prontificou a fornecer o material pedido pelo Rio para
combater a criminalidade.
Cabral criticou o general
Luiz Cesário da Silveira Filho,
comandante do Comando Militar do Leste: "Aqui no Rio há
um certo ruído de convivência,
diria francamente, com o Comando do Exército local. Mas
isso é um detalhe. A relação
com o ministro da Defesa é
muito boa, com o comandante
do Exército é excepcional, com
o presidente da República é pública e notória. O detalhe de o
Comando Militar do Leste estar na mão de um general que
não é muito proativo não compromete. Para o comando dessa operação virão outros oficiais das Forças Armadas".
Por meio do Centro de Comunicação do Exército, Cesário afirmou que "todos os pedidos que o governador fez para
empregar o Exército em segurança pública foram em desacordo com o estamento jurídico e por isso não atendeu".
Colaborou a Sucursal de Brasília
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