São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Marta lança programa; metas ficam para depois

Diretrizes sinalizadas são trânsito e classe média

RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO

Em evento com a presença de congressistas, deputados estaduais, vereadores e o comando da campanha, Marta Suplicy (PT) lançou ontem a versão final de seu programa de governo. Com 50 páginas, cerca de metade da versão inicial, o documento lista as propostas de forma genérica, mas sinaliza pelo menos três diretrizes: trânsito, associação ao governo Luiz Inácio Lula da Silva e acenos à classe média.
Marta é a primeira entre as principais candidaturas a divulgar o programa, mas a própria campanha do PT assume que documentos desse tipo trazem apenas um "sentido geral" do que se pretende fazer.
"O plano de ação, com suas respectivas metas setoriais e dotações orçamentárias, será apresentado até 90 dias após a posse, como dispõe a Lei Orgânica do Município", diz o texto de apresentação.
O programa é dividido em tópicos para segurança, habitação, ação social, transporte, saúde e educação, entre outros. As críticas à atual gestão e o balanço do governo Marta (2001-2004), presentes na versão inicial, praticamente sumiram. Coube ao ex-secretário de Planejamento Jorge Wilheim coordenar a versão final.
No discurso de 14 minutos, Marta novamente citou o governo Lula -uma constante em suas falas-, dizendo que o Brasil "superou a estagnação econômica e retomou o crescimento". Lula atingiu índice recorde de popularidade em março -55%, segundo o Datafolha.
No programa de governo, ela promete adotar ações em parceria com o governo federal, e conta com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Além disso, Marta prometeu ajudar na "consolidação" de uma nova classe média e falou em reduzir o ISS (Imposto Sobre Serviços) para profissionais liberais -nesse ponto, assessores dizem que ela se confundiu. A idéia seria reduzir outro tipo de tributação para os profissionais liberais.
"Muitos desandaram a falar da existência de uma nova classe média brasileira, de uma nova classe média paulistana, mas não sabem o que fazer diante desse novo quadro social. Não é o nosso caso, não foi hoje de manhã que tomamos conhecimento do fenômeno", disse a petista. Um de seus pontos fracos se encontra no eleitorado com maior poder aquisitivo.
Sobre o trânsito da cidade, Marta voltou a prometer mais que dobrar a atual malha do metrô (cerca de 75% dos recursos viriam do Estado e da União) e disse pretender construir uma avenida paralela à marginal Tietê, no bairro de Santana, zona norte da cidade.
Uma das novidades de ontem foi a promessa de propiciar a toda a cidade acesso gratuito à internet sem fio, mas os petistas disseram não ter estimativa do custo da medida.


Texto Anterior: Eleições 2008 / Presidência: PT pede que Lula vá a 40 cidades no 1º turno
Próximo Texto: Serra vai ao Japão e fica fora da campanha tucana por 1 semana
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.