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AMÉRICA LATINA
Pontos que ficaram em aberto serão decididos na Costa Rica, durante o encontro do ano que vem
Proposta de FHC é aprovada na Bolívia, mas há indefinições
DA ENVIADA ESPECIAL A SANTA CRUZ
O principal ponto do documento elaborado pelo ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso a
pedido da 13ª Cúpula Ibero-Americana, a criação de uma secretaria-geral permanente para a organização, foi aprovado. O "Informe Cardoso", no entanto, foi motivo de polêmica entre os 21 países
participantes do encontro.
A instituição de uma secretaria-geral encontrou a restrição de algumas nações. FHC havia proposto a criação do posto de secretário-geral da organização, além
de uma sede para a entidade.
Alguns países discutiam se havia uma identidade forte o suficiente entre eles para criar uma
secretaria-geral, com "pessoa jurídica própria e capacidade de celebrar atos e contratos necessários
para o cumprimento de seus objetivos", conforme propôs FHC.
Após expor ontem aos 21 chefes
de Estado da América Latina, Espanha e Portugal as linhas gerais
do documento, FHC conseguiu
aprová-lo por unanimidade.
Alguns pontos, no entanto, ficaram em aberto. São eles: o local
onde será a sede da cúpula e a eleição do secretário-geral, cargo que
o ex-presidente disse, na reunião,
não lhe interessar. Os impasses
serão decididos na Costa Rica, na
cúpula do ano que vem. Na ocasião, será também formatado o
estatuto da organização.
Segundo o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, o
Brasil não era contra a formação
da secretaria-geral, mas defendia
mais discussão antes de sua aprovação no encontro.
O objetivo da criação da secretaria-geral, de acordo com o texto,
seria "desenvolver um espaço de
consulta, debate político e cooperação que contribua ao fortalecimento e à coesão da comunidade
ibero-americana".
Ontem, os presidentes dos países membros assinariam a "Declaração de Santa Cruz".
Ainda ontem, Lula se encontrou
por cerca de 20 minutos com o líder cocaleiro Evo Morales, do
Movimento ao Socialismo. Morales disse que trocou experiências
com Lula. "Me sinto como um irmão menor de Lula", disse o líder
cocaleiro. Na saída, questionado
sobre o seu joelho, que estava inflamado, Lula disse: "Está melhor,
amanhã tem jogo".
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