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POLITIZAÇÃO INFLADA
PMDB, PT, PSDB e PFL dizem que números enviados pelos próprios partidos ao TSE estão superestimados; pefelista sugere mudança na regra
Responsáveis por filiados, siglas admitem erros
DA REPORTAGEM LOCAL
Os quatro principais partidos
do país -PMDB, PT, PSDB e
PFL- admitem que os números
de filiações que eles próprios encaminharam ao TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) neste ano estão superestimados.
O líder no Senado do partido
campeão em filiados, o PMDB, senador Renan Calheiros (AL) creditou parte da culpa pelo problema à "falta de conscientização"
dos filiados. "As pessoas esquecem ou mudam de partido sem a
conseqüente atualização do cadastro. Muitas pessoas não lembram nem em quem votaram nas
últimas eleições. Parece que o
mesmo está ocorrendo com a filiação partidária", disse Calheiros.
O PMDB aparece na lista da Justiça Eleitoral com mais de dois milhões de filiados, 506.524 no Estado de São Paulo.
O presidente nacional do PT,
José Genoino, disse que o número
fornecido pelo TSE está "um pouco alto" e precisa ser atualizado. O
número correto, segundo ele, é de
650 mil a 700 mil. O PT informou
um total de 990 mil.
Genoino afirmou que, em 2001,
o partido fez uma campanha de
recadastramento nacional e depois uma campanha de filiação
partidária. "Não nos interessa ter
filiados de cartório. Queremos filiados que participem, que votem.
O filiado cartorial não ajuda em
nada o partido", disse.
A assessoria de imprensa do
PSDB também informou que o
número de filiados fornecido pelo
TSE à Folha está aumentado. O
partido trabalha com o número
de 1,09 milhão de pessoas inscritas no PSDB. Segundo o TSE, os
tucanos têm 1,169 milhão (o
maior contingente em São Paulo,
com 282.214 nomes). Todos são
considerados filiados "de fato".
A assessoria disse ainda que o
partido fez um recadastramento
nacional em abril, entretanto esse
processo não passa pelo filiado.
Os diretórios municipais repassam os números de inscritos à
Justiça Eleitoral, que repassa aos
Tribunais Regionais Eleitorais,
que encaminham ao TSE. Todos,
informou o partido, em algum
momento, assinaram a ficha de
inscrição partidária.
Proposta de mudança
O diretor do PFL nacional, Saulo Queiroz, disse que o partido está utilizando a internet para organizar a militância em todo o país.
Para ele, os dados oficiais enviados ao TSE não têm relação com a
realidade. "Não existe mais uma
fonte confiável sobre o controle
de filiações", disse. No TSE, o PFL
tem 1 milhão de filiados.
Segundo Queiroz, os problemas
se agravaram desde 1996, quando
uma nova lei sobre filiações delegou aos partidos a tarefa de elaborar e encaminhar as listas, sem
um escrutínio da Justiça Eleitoral.
Para o ex-deputado, o modelo de
filiação deveria ser alterado por
lei. Ele avalia que o atual "é muito
destituído de valores programáticos, ideológicos e de participação
partidária".
(RUBENS VALENTE E LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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