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FORTALEZA
Candidata petista, que terminou o 1º turno em segundo lugar, tem agora 51% das intenções de voto, contra 39% de pefelista
Luizianne está 12 pontos à frente de Moroni
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
A primeira pesquisa Datafolha
sobre a disputa pelo segundo turno para a Prefeitura de Fortaleza
(CE), feita em parceria com o jornal "O Povo", mostra a candidata
do PT, a deputada estadual Luizianne Lins, 12 pontos percentuais à frente do deputado federal
Moroni Torgan (PFL-CE).
Luizianne, que não contava
nem com o apoio do próprio partido e que acabou o primeiro turno atrás de Moroni, tem agora
51% das intenções de voto, enquanto o pefelista aparece com
39%. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
O levantamento foi realizado na
última quinta-feira, dia 14, com
880 eleitores. A pesquisa foi registrada na 2ª Zona Eleitoral de Fortaleza com o número 26/2004.
Excluídos os votos brancos e
nulos, com 3%, e os indecisos,
com 6%, Luizianne fica com 57%
dos votos válidos, contra 43% de
Moroni, segundo a pesquisa.
Rejeição
O Datafolha também verificou a
rejeição dos candidatos: 41% dos
entrevistados disseram que não
votariam em Moroni Torgan de
jeito nenhum, contra 29% que rejeitam Luizianne.
Grande parte das intenções de
voto da candidata petista, que
acabou o primeiro turno com
22,29% dos votos, é de eleitores
do deputado federal Inácio Arruda (PC do B-CE), que tinha o
apoio da cúpula nacional do PT,
mas acabou a eleição em terceiro
lugar. Dos que votaram no comunista, 71% disseram que pretendem votar em Luizianne.
O PC do B já declarou oficialmente apoio à candidata, mas de
forma bastante fria, por meio de
uma nota em que o nome de Luizianne não foi citado. O próprio
Arruda não apareceu ainda para
declarar seu voto a ela. Luizianne
também herdou 50% dos eleitores que votaram em Aloisio Carvalho (PMDB) no primeiro turno.
Já o eleitorado de Antonio Cambraia (PSDB) se dividiu igualmente entre os dois finalistas.
A petista mantém também larga
vantagem entre os mais escolarizados (tem 79% das intenções de
voto neste segmento) e entre os
que ganham mais de dez salários
mínimos (com 75%).
Para atrair esses votos, Moroni
Torgan, que teve 26,59% dos votos no primeiro turno, tenta se
afastar do rótulo de xerife.
Campanha
O levantamento já mostra o
efeito da propaganda eleitoral no
rádio e na TV, que começou em
Fortaleza na segunda-feira passada. No ar, os candidatos têm protagonizado uma troca de ataques
constante. A campanha de Moroni mostra em inserções uma reportagem publicada no jornal "O
Globo", que fala sobre a proposta
de Luizianne de criar uma disciplina sobre educação sexual nas
escolas municipais, com aulas sobre homossexualismo. A propaganda insinua que nas aulas haverá a incitação à prática homossexual. A coligação da petista pediu
a suspensão do programa, mas a
Justiça Eleitoral o manteve no ar.
A campanha de Luizianne, por
sua vez, respondeu ao ataque com
mais ataques, ao dizer que a proposta foi distorcida pela propaganda e que Moroni "não aprendeu a respeitar as pessoas". Como
estratégia da campanha, a candidata ainda ressalta que o pefelista
não é de Fortaleza (ele é gaúcho).
A petista passou todo o primeiro turno rejeitada pelo próprio
partido, inclusive pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a gravar uma mensagem de
apoio a Inácio. Com sua chegada
ao segundo turno, ela reunificou o
partido, mas não conta com boa
parte da base de apoio do governo
federal no palanque. Das legendas
governistas, apenas o PC do B e o
PPS declararam que vão apoiá-la.
Ao lado de Moroni ficaram o PL
e a parte do PMDB ligada ao ministro Eunício Oliveira (Comunicações), que, apesar de afirmar estar neutro na disputa em Fortaleza, tem atuado nos bastidores em
favor do candidato pefelista.
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