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Partido quer manter autonomia
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
Uma preocupação dará a tônica
da primeira reunião do Diretório
Nacional do PT após a vitória de
Luiz Inácio Lula da Silva, no fim
de semana de 23 e 24 de novembro, em São Paulo: como evitar
que o partido seja "engolido" pela
máquina do governo.
"Manter a autonomia do partido e sua dinâmica interna, impedindo que se torne um apêndice
do governo, é fundamental neste
momento", diz o deputado federal José Genoino. A tese de que o
PT deve manter distância segura
do governo já era advogada internamente por Lula antes do pleito.
O presidente eleito tem defendido a imposição de limites à inevitável migração de caciques do
partido para o governo. Alguns
dos líderes partidários, segundo
ele, devem continuar na legenda.
"O PT precisa permanecer com
sua dinâmica própria, principalmente na função de interlocutor
com os movimentos sociais. É um
papel diferente do que será exercido pelo governo, que tem uma
visão mais global", diz o secretário de Comunicação do PT, Ozéas
Duarte. Ainda não houve a separação total da estrutura partidária
da estrutura do futuro governo.
Os deslocamentos de Lula como
presidente eleito estão sendo bancados pelo PT. O mesmo ocorre
com parte dos gastos dos integrantes da equipe de transição,
que precisam viajar a Brasília.
A reunião do diretório nacional
deve dar o início à sucessão no comando do partido, uma vez que o
presidente da legenda, José Dirceu, deve se licenciar para assumir um cargo no governo ou a
presidência da Câmara. Caciques
que vêm sendo citados como possíveis sucessores são Genoino, o
secretário-geral, Luiz Dulci, e o
senador José Eduardo Dutra (SE).
Um dos argumentos de Lula para seduzir o escolhido é o de que o
presidente da legenda deverá ter
mais influência no governo que
grande parte dos ministros.
(FZ)
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