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PARTIDO
Arrecadação aumenta com repasse maior do fundo partidário e cobrança de dízimo dos congressistas e funcionários
Receita do PT pode crescer até 75% em 2003
FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O PT prevê para 2003 uma explosão em seu orçamento e o incremento na estrutura partidária,
como consequências diretas da
vitória de Luiz Inácio Lula da Silva
e do bom desempenho para o
Congresso Nacional e para as Assembléias Legislativas.
Estimativas preliminares feitas
pela direção do partido dão conta
de um aumento de até 75% na receita do diretório nacional, que
saltaria dos atuais R$ 20 milhões
anuais para algo em torno de R$
35 milhões.
"Teremos estrutura digna de
partido mais importante do Brasil, o partido do governo", diz o
secretário de Finanças petista, Delúbio Soares.
O crescimento petista é alimentado por duas fontes. Em primeiro lugar, pelo fundo partidário,
verba do Orçamento destinada
aos partidos, distribuída proporcionalmente ao desempenho na
eleição parlamentar.
A expectativa inicial é que a fatia
petista suba pelo menos 50%, passando de R$ 13 milhões para próximo de R$ 20 milhões em 2003, já
que o PT elevou sua bancada federal de 59 deputados federais
eleitos em 1998 para 91 agora. No
Senado, a bancada subiu de 8 para
14 petistas.
Além disso, o PT lucra em razão
da peculiar instituição do "dízimo", pela qual pessoas detentoras
de mandato e assessores em cargos de confiança filiados repassam ao partido um percentual do
salário, que pode chegar a 30% do
rendimento.
Cada novo deputado federal, estadual ou senador, além de repassar parte de seu próprio salário,
empregará em seu gabinete assessores que terão de fazer o mesmo,
caso sejam filiados.
Injeção de recursos
A própria vitória de Lula significará uma injeção de recursos. Calcula-se que haja pelo menos 2.000
cargos comissionados na administração federal, que em grande
parte deverão ser ocupados por
petistas. Argumentando que o orçamento crescerá, petistas já pressionam por uma redução do chamado "dízimo".
Soares afirma que o aumento na
receita não significará que o partido, que passou grande parte de
sua história em "economia de
guerra", terá uma vida fácil daqui
para a frente.
"A receita aumenta, mas os gastos explodem também. Estamos
em um outro patamar", diz o secretário de Finanças petista.
A discussão sobre a nova estrutura partidária começará já na
reunião do diretório nacional petista, marcada para os dias 23 e 24
de novembro.
Funcionários deverão ser contratados, especialmente para funções de assessoria técnica.
Não está descartada ainda a
mudança da sede nacional do
partido, um apertado prédio localizado na região central de São
Paulo, perto da praça da Sé. O
prédio estaria ficando pequeno
para partido.
Comunicação
Um dos setores que deverão sofrer maior incremento é o de comunicação. Durante grande parte
de sua história, o PT relegou a
área a segundo plano, mas houve
uma radical mudança com a contratação do publicitário baiano
Duda Mendonça, realizada há um
ano e meio.
Duda deverá ser mantido como
responsável pelo marketing petista em 2003. Na última terça-feira,
houve uma primeira reunião do
PT com ele para tratar da renovação do contrato do marqueteiro.
"A comunicação partidária vai
se fortalecer. Está em estudo a
ampliação do quadro de funcionários e a criação de novos produtos, principalmente na área de
TV", afirma Ozéas Duarte, secretário de Comunicação do partido.
Uma das prioridades será o investimento em estrutura técnica
para os Estados, para que os seus
programas de TV destes tenham
uma qualidade semelhante à do
nacional.
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