São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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PAINEL

Túnel do tempo
Para rechear a "agenda positiva", Lula decidiu resgatar de seu programa de governo a conclusão da ferrovia Norte-Sul, obra para a qual os petistas cerraram os dentes durante anos. José Sarney agradece penhorado.

Orelhas vermelhas
Os presidentes da Caixa Econômica Federal e da Petrobras e o ministro Humberto Costa foram alvos preferenciais na semana em que Lula disse ter "puxado orelhas" no governo.

Progressão continuada
Talvez o ministro da Saúde não precise perder o sono. Lula também reclamou bastante de Carlos Lessa. Não foi a primeira nem a segunda vez. E o presidente do BNDES, alegado contraponto à equipe econômica, continua onde sempre esteve.

Está topado
Convidado, o ministro Aldo Rebelo aceitou comparecer à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para prestar esclarecimentos sobre a sindicância do caso Waldomiro Diniz.

Gato escaldado
O governo da Bahia guarda ceticismo diante do anúncio de que a administração Lula irá recuperar 7.000 quilômetros de estradas. Na semana passada, por falta de repasses federais, cancelou às pressas o início de obras já pactuadas com Brasília.

Cardápio frugal
Lamento do empresário Paulo Cunha em recente reunião do Iedi (Instituto de Estudos de Desenvolvimento Industrial): "Será que nossas únicas opções são Lula ou Fernando Henrique?".

Sem o sofá
Portaria do procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, proíbe o trabalho após o horário do expediente na sede do Ministério Público. Nem o serviço de limpeza poderá mais varar a madrugada como fizeram o subprocurador José Roberto Santoro e Carlos Cachoeira.

Equipe reserva
Firma-se entre os governadores tucanos a percepção de que o PSDB irá com o segundo time para a eleição municipal. Sem suas principais estrelas em campo, restaria à sigla radicalizar o discurso contra o governo para manter o barco rumo a 2006.

Lá e cá
A avaliação tucana vai ao encontro do diagnóstico apresentado por petistas na tentativa de explicar a recente escalada das críticas de Fernando Henrique Cardoso ao governo Lula.

Tabajara 1
De olho em 2006, Geraldo Alckmin tem demonstrado preocupação com as fileiras tucanas. Na Assembléia, apenas dois dos 20 deputados do partido pretendem disputar um cargo no Executivo. No secretariado paulista, somente Barjas Negri vai concorrer, em Piracicaba.

Tabajara 2
"Vamos para a Copa com um time de segunda divisão", desabafou o governador durante reunião recente. No PT, o quadro é um pouco mais animador. Dos 23 representantes do partido na Assembléia, seis lançaram pré-candidatura a prefeito. Desses, quatro já estão confirmados.

Tudo em família
Sondado para apoiar o tucano Teotônio Vilela Filho em Maceió, o governador Ronaldo Lessa (PSB-AL) pensou bem e acabou optando por nome de seu partido que de início não o entusiasmava: Alberto Sexta-Feira, vice da prefeita Kátia Born.

O Haiti é aqui
Os R$ 100 milhões que serão utilizados para agregar 1.300 soldados brasileiros à tropa de paz da OEA no Haiti representam quase o dobro do dinheiro liberado para a Polícia Federal pagar suas contas atrasadas.

TIROTEIO

Do senador Jorge Bornhausen (SC), presidente nacional do PFL, a respeito das articulações do vice-presidente José Alencar para pressionar o governo a mudar a política econômica:
-Um vice se reúne para tratar de assuntos de governo apenas por delegação do presidente da República. O Alencar deveria se espelhar em seu antecessor, o senador Marco Maciel (PFL-PE), que nunca ultrapassou os limites constitucionais.

CONTRAPONTO

Pelos cotovelos

No apagar da passagem-relâmpago de Miro Teixeira pela liderança do governo na Câmara dos Deputados, nomes de possíveis sucessores eram tema de conversas nos corredores.
Estavam no páreo, entre outros: Professor Luizinho (PT-SP), afinal escolhido por Lula, Beto Albuquerque (PSB-RS), caso o presidente preferisse fazer gesto de agrado a um outro partido de sua base aliada, e Virgílio Guimarães (PT-MG).
Luizinho é conhecido pelo estilo "trator"; Albuquerque, por às vezes falar mais do que deveria; Guimarães, pela mineirice.
Numa roda, o líder José Borba (PMDB-PR) avaliava as opções:
-Eu gosto muito do Virgílio porque ele tem duas orelhas, uma boca e não fala!
Após pausa para sentir a reação dos colegas, Borba acrescentou, arrancando gargalhadas:
-Mas há gente que tem uma boca e fala com as duas orelhas!


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