São Paulo, domingo, 18 de julho de 2004 |
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PAINEL Tesoura afiada 1 Votada no apagar das luzes do semestre legislativo, a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2005 deixou de cabelo em pé parlamentares que tiveram a chance de examiná-la em detalhe. O texto aprovado estabelece metas de gastos sociais expressivamente inferiores às de 2004. Tesoura afiada 2 Entre o que foi pedido pelo Ministério do Desenvolvimento Social ao Planejamento e o que este escreveu na LDO, há diferença para menos em vários programas, como o da construção de cisternas no semi-árido e o festejado Bolsa-Família. Tarde demais Os parlamentares se deram conta da redução de metas de gastos sociais apenas quando a LDO já estava aprovada. Como não havia emendas ao texto, mudança só seria possível por meio de adendo votado em acordo de líderes. Com o recesso batendo à porta, não deu certo. Tropa da resistência Antes de voarem para seus Estados, alguns parlamentares firmaram o compromisso de trabalhar para reverter, na elaboração do Orçamento, a tesoura na área social sinalizada na LDO. Pode piorar Pergunta de ministro sem dinheiro: com a onda positiva na economia, Palocci voltará a falar em política fiscal anticíclica, pela qual se eleva o superávit no crescimento como forma de poupar para o tempo de vacas magras? Recrutamento Os sinais de reaquecimento levaram o Planalto a querer "remobilizar" empresários. O encarregado da tarefa é o ministro Jaques Wagner, do Conselhão. Tudo pelo social No recurso que fizeram ao PT, os nove deputados e os três senadores que rejeitaram o salário mínimo de R$ 260 argumentam que seria "inédito, na história dos partidos de esquerda, uma sanção por voto em favor dos mais mal remunerados". Por aqui Resposta de Genoino aos dissidentes: "Ninguém foi punido. Há apenas sugestão para que eles não recebam representação da bancada, como presidir uma comissão. Eles adoram se fazer de vítima. Não agüento mais". Medalha de ouro José Dirceu cumpre à risca a promessa de ser um "soldado do PT" nas eleições municipais. O ministro, que já visitou cinco capitais para fazer campanha, é o mais solicitado entre os colegas de partido. E a freqüência das viagens vai aumentar, especialmente após as Olimpíadas. Missão ingrata Em visita a Campinas na quarta, Lula bem que tentou afagar o candidato petista na cidade. Mas os envolvidos sabem que Luciano Zica apenas cumpre tabela, dado o incontornável índice de rejeição da prefeita Izalene (PT). Como consolo, o deputado pavimenta sua reeleição em 2006. Esparadrapo Depois dos ataques a Marta Suplicy no domingo passado, o deputado tucano Celino Cardoso ganhou de seus pares o apelido de "Magda", a personagem que só dava bola fora. "Bater assim na prefeita é fazer favor à campanha dela", diz um deles. Desmancha-prazeres Postulante à reeleição em Araxá, Antônio Oliveira (PP) esteve muito próximo de ser candidato único na estância mineira. Com uma coligação de 14 partidos, o prefeito foi surpreendido na última hora pelo PTB, que teimou em lançar nome próprio. Boa vizinhança O prefeito, de 40 anos, diz não guardar mágoas de seu quase parceiro de coligação. "Até o PT, que nunca esteve com a gente, resolveu ficar, mas não tem nada não, o Paulo Aparecido, meu adversário, é boa gente". TIROTEIO De Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, sobre o texto das Parcerias Público-Privadas em discussão no Senado: -É uma forma artificiosa de fazer endividamento driblando as leis de Responsabilidade Fiscal e de Licitações. Se vai pagar, é dívida; se não vai, é calote. Ponha o nome que quiser. CONTRAPONTO Aliado de peso
Morador da superquadra sul
309 em Brasília, o secretário de
Comunicação de Governo, ministro Luiz Gushiken, é freqüentador assíduo do Clube Vizinha,
próximo de sua casa. |
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