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ELEIÇÕES 2004 / OUTROS ESTADOS
Acordo foi feito em 21% dos municípios do Estado, quase todos
pequenos e nos quais houve coligação com tucanos e pefelistas
PT, PSDB e PFL fazem em Minas pacto de não-agressão a Lula
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Mais do que fazer coligações
com o PSDB e o PFL, que atingem
21% dos municípios mineiros, o
PT conseguiu fazer com que tucanos e pefelistas em Minas assinassem um documento no qual se
comprometem a não criticar o
governo Lula na eleição e a pautar
suas ações, seja na campanha ou
na gestão municipal, nos moldes
das administrações petistas.
O documento é um pré-requisito da direção estadual do PT para
que as coligações pudessem ser
feitas. Mas a carta-compromisso
vai contra as orientações das direções nacionais do PSDB e do PFL,
que querem, na campanha deste
ano, pôr na berlinda a gestão Lula.
A carta foi redigida pelo diretório estadual e distribuída aos 822
diretórios municipais e comissões
provisórias petistas. Nela, os aliados assumem o compromisso de
adotar o modelo das "administrações democráticas e populares".
O comprometimento com o governo federal está no segundo parágrafo, pelo qual a sigla aliada assume "integrar os esforços nacionais que estão sendo feitos pelo
governo". "Está implícita a não-agressão à gestão Lula", disse Alex
Lara, da executiva estadual. Até o
deputado estadual Sidney Souza
(PSDB), candidato do governador tucano Aécio Neves em São
João Del Rey, berço dos Neves, se
aliou ao PT e assinou a carta.
O cálculo petista aponta até agora para coligações com PSDB e
PFL em cerca de 150 dos 853 municípios mineiros, para "espanto"
geral, conforme disse o vice-presidente nacional do PT, Romênio
Pereira (MG), responsável por
acompanhar as eleições nas pequenas cidades brasileiras (4.615).
"As alianças com o PSDB e o
PFL em Minas estão muito acima
do que a gente imaginava, é uma
quantidade que nos assustou."
Pereira estima que o Estado deve ficar muito à frente dos demais
em coligações com PSDB e PFL.
Nas alianças firmadas conforme
os princípios da carta-compromisso, o PT pode ser tanto cabeça
de chapa, vice ou só apoiar um
candidato das duas siglas aliadas.
Das 150 alianças, 70% são com
tucanos. Isso pode crescer, já que
muitas cidades ainda não mandaram os documentos. No PT, a demora é vista como receio de eventual impedimento da coligação.
Mas a executiva estadual, que
havia repassado a orientação da
direção nacional para que o partido fizesse alianças preferencialmente com legendas aliadas do
governo Lula no Congresso, não
vai barrá-las, porque elas estão
sendo feitas nos pequenos municípios, os chamados grotões.
Para Lara, essas eleições são "locais demais", prevalecendo mais
as relações pessoais do que partidárias e ideológicas. "Além disso,
existe a carta-compromisso."
O PT, segundo Lara, é "oposição ao governo Aécio Neves" e
continuará sendo, mas ele acha
que as boas relações propaladas
entre o governador e o Planalto e
entre Aécio e o PT de Belo Horizonte deram "impulso maior" para que petistas e tucanos se coligassem no interior do Estado.
Nas cidades de Minas com mais
de 100 mil eleitores, o PT se aliou
ao PSDB só em Teófilo Otoni. Até
agora, houve a restrição apenas a
uma coligação, de acordo com o
PT, porque o candidato tucano teria problemas com a Justiça.
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