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PT só dá como certa a reeleição em Aracaju
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Levantamento interno que circula na direção do PT mostra que
o partido considera como certa a
reeleição de apenas um dos seus
atuais oito prefeitos em capitais
de Estado: Marcelo Déda, em
Aracaju (SE). Nas sete demais, há
incerteza a respeito do resultado.
As três capitais mais importantes hoje governadas por petistas
-São Paulo, Porto Alegre e Belo
Horizonte- são consideradas
em risco pela direção do partido.
Dessas, a que estaria menos
ameaçada seria Porto Alegre.
O mesmo estudo mostra que é
cada vez mais distante a possibilidade de união futura entre PT e
PSDB. São os tucanos os maiores
adversários petistas nos centros
urbanos nas eleições de outubro.
Em 80 grandes cidades analisadas, os tucanos lideram em 18. Os
petistas estão em segundo, com 14
favoritos, seguidos pelo PMDB,
com 12. A partir daí, dez siglas se
dividem com os candidatos mais
fortes nos municípios restantes.
Essa avaliação está baseada em
pesquisas de opinião encomendadas pelo PT nos últimos 60 dias.
Os levantamentos não podem ser
divulgados por não terem sido registrados na Justiça Eleitoral. A
Folha teve acesso aos dados apurados, mas não pode publicá-los
porque isso feriria a Lei Eleitoral.
Quanto aos resultados do pleito,
os dirigentes petistas evitam fazer
previsões em público -já chegaram a prever a eleição de 800 prefeitos, contra os 187 em 2000. Em
privado, porém, segundo a Folha
apurou, avaliam como certo que
haverá derrotas em algumas cidades grandes e vitórias em várias
de médio e de pequeno porte.
Os casos considerados perdidos
entre as capitais incluem Rio e
Salvador. No Estado de São Paulo,
berço da sigla, os petistas dão como quase certas derrotas em São
Bernardo do Campo, Diadema,
Franca, Campinas e Ribeirão Preto -esta última, cidade do ministro Antonio Palocci (Fazenda).
Apesar do cenário ruim, o PT
avalia que agregará novas capitais
-mas de pequeno porte e pouca
relevância política nacional: Rio
Branco (AC) e Palmas (TO). Esse
foi considerado mais um indicador de que o partido segue em
marcha batida para o interior.
PSDB mais distante
O dado mais importante do
ponto de vista macropolítico foi a
conclusão de que o PSDB será
mesmo o grande rival, e não o
PFL. Logo depois da eleição de
Luiz Inácio Lula da Silva em 2002,
houve a aproximação de alguns
tucanos com parte da direção petista. O governador Aécio Neves
(PSDB-MG) se dá bem com Lula.
Outro que defendeu ideologicamente a aproximação das duas legendas foi o ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo e
Gestão Estratégica), um dos fundadores do PT. Já o ministro José
Dirceu (Casa Civil) sempre foi
contra esse tipo de movimento.
A acirrada disputa entre tucanos e petistas nas cidades reforça
a tese de Dirceu. Para ele, o PSDB
é o único partido orgânico capaz
de disputar o poder nacionalmente com o PT. Portanto, não
valeria a pena investir em uma
boa relação com os tucanos.
O desfecho mais esperado é em
São Paulo, onde o principal rival
da prefeita Marta Suplicy (PT) é
José Serra (PSDB). As seqüelas
devem selar de vez a impossibilidade de alianças futuras entre as
duas siglas em nível nacional.
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