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Plano Real tem sua avaliação mais baixa no ano
RENATO FRANZINI
DA REDAÇÃO
A avaliação que os eleitores fazem do Plano Real piorou no último mês e atingiu o nível mais baixo deste ano na série de pesquisas
feitas pelo Datafolha.
De acordo com levantamento
feito nos dias 15 e 16 deste mês,
41% dos entrevistados avaliam o
plano como ótimo ou bom. Cerca
de 40 dias antes, em pesquisa feita
nos dias 4 e 5 de julho, esse índice
era de 45%.
Se a aprovação ao plano caiu
quatro pontos percentuais, a reprovação subiu na mesma medida: passou de 18% para 22% o número de entrevistados que o avaliam como ruim ou péssimo.
Já a fatia dos que consideram o
Plano Real regular manteve-se estável, oscilando de 35% para 37%.
A margem de erro é de dois
pontos percentuais para mais ou
para menos.
Neste ano, o Datafolha também
buscou saber a opinião dos eleitores sobre o Plano Real nos dias 14
de maio e 7 de junho. Nessas duas
pesquisas, os índices de "ótimo/
bom" foram de 44% e 46%, respectivamente.
Dólar a R$ 3
Uma possível explicação para a
piora na avaliação do plano de um
mês para outro foi a rápida deterioração do cenário econômico.
No dia 26 de julho, a cotação do
dólar fechou pela primeira vez
acima dos R$ 3 desde que o real
entrou em circulação, em julho de
1994. A atuação do Banco Central
para conter a alta não funcionou,
e, no último dia 31, a moeda americana chegou a ser vendida a R$
3,61, fechando a R$ 3,47.
Mesmo com o anúncio de um
acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) na semana
retrasada, o valor do dólar manteve-se acima dos R$ 3 durante toda
a semana passada.
Na primeira vez em que o real
sofreu uma maxidesvalorização,
em janeiro de 1999, a aprovação
ao plano que o criou despencou.
Em dezembro de 1998, 61% avaliavam o plano como ótimo ou
bom; em fevereiro do ano seguinte, só 34% tinham essa opinião.
Diferenças
Um olhar sobre as diversas categorias dessa última pesquisa Datafolha mostra que a aprovação
ao plano varia pouco entre homens (41%) e mulheres (40%).
Mas tem grandes diferenças
quando o instituto separa o eleitorado de acordo com a região do
país, a natureza e o porte do município, o Estado e o grau de escolaridade.
O nível de "ótimo/bom" é de
38% no Sudeste, 42% no Sul e no
Nordeste e 45% no Norte.
É de 35% em regiões metropolitanas e 44% no interior; e de 36%
em cidades com mais de 150 mil
eleitores e 48% nas com até 10 mil
eleitores. É de 32% no Rio de Janeiro, 38% em São Paulo e 44%
em Minas Gerais.
E é de 35% entre os entrevistados com nível superior e 42% entre os que estudaram até o 1º grau.
Eleição
Existe também uma correlação
entre a aprovação ao plano e a intenção de voto nas eleições presidenciais de outubro.
Dos entrevistados que pretendem votar no candidato governista, José Serra (PSDB), 60% dizem
que o plano é ótimo ou bom.
Entre os eleitores de Ciro Gomes (PPS), a aprovação é de 44%,
valor ainda superior à média nacional de 41%. A aprovação é menor entre os eleitores de Anthony
Garotinho (PSB), 38%, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 33%.
Curiosamente, 53% dos eleitores de Zé Maria (PSTU) -candidato de oposição sistemática ao
governo- aprovam o Plano Real.
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