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Para Dirceu, discutir IR agora é "jogar areia no debate"
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional do PT,
deputado federal José Dirceu, disse ontem que o partido não pretende discutir com o presidente
Fernando Henrique Cardoso, no
encontro marcado para amanhã,
no Palácio do Planalto, a manutenção da alíquota do Imposto de
Renda (IR) em 27,5% no próximo
ano ou alíquota de 1% da CSLL
(Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).
Para Dirceu, esses temas estarão
incluídos no Orçamento do ano
que vem, que deverá ser encaminhado ao Congresso em setembro. "Nós temos até 15 de dezembro para votar o Orçamento",
afirmou. "A discussão do Orçamento tem de ser feita depois das
eleições." Para o presidente do
PT, "querer discutir esses assuntos agora é confundir o meio-de-campo e jogar areia no debate".
Na sexta-feira, o assessor econômico de Lula, Guido Mantega,
disse ser favorável à manutenção
da alíquota de 27,5% do IR e de
9% da CSLL. "Nosso posicionamento é favorável à manutenção
desses tributos porque não podemos perder receita enquanto não
se faz uma reforma tributária",
afirmou Mantega.
Dirceu disse que o PT "não vai
cobrar nada do presidente". De
acordo com o petista, a reunião
com o Fernando Henrique terá,
principalmente, um significado
político, muito mais que prático.
"A reunião servirá para dizer que
sociedade fique tranquila porque
ninguém quer ver o circo pegar
fogo."
O presidente nacional do PT
voltou a repetir que o partido já
apresentou algumas propostas
para aliviar a crise econômica pela
qual passa o país. "Há 20 dias sugerimos que o BNDES [Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social] abrisse crédito às empresas para exportação,
mas nada foi feito."
Dirceu também criticou o corte
de crédito externo para o Brasil, o
qual classificou como "uma
agressão". "O Brasil deixou, por
acaso, de honrar algum compromisso", questionou. "Então, por
que cortar crédito?"
Para Dirceu, o caminho para o
crescimento econômico do país
passa por uma reforma tributária.
Ele disse que quem não quis aprovar a reforma foi o próprio governo e não a oposição.
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