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Partido e presidenciável divergem sobre reforma política
DA REPORTAGEM LOCAL
Alguns dos pontos que o PT defende para a reforma política colidem com a opinião pessoal de
Luiz Inácio Lula da Silva.
Com relação ao sistema de governo, o presidenciável petista defende o parlamentarismo pelo
menos desde o final dos anos 80,
mas há muito se rendeu à opinião
predominante no partido, que fechou questão pelo presidencialismo já no plebiscito de 1993.
Desta vez, o PT nem discute a
mudança no sistema de governo,
pois acredita que o resultado daquela consulta popular ainda tem
de ser respeitado.
Voto obrigatório
O candidato do PT também não
esconde sua rejeição ao voto obrigatório. Em quase todos os discursos que profere, defende que o
eleitor saia de casa para votar "por
livre e espontânea vontade".
No entanto, há amplo consenso
entre os especialistas do partido
em reforma política de que o voto
obrigatório tem de ser mantido.
"É um instrumento de participação popular e de inclusão", diz
a cientista política Maria Victoria
Benevides, do PT.
Sistema de voto
Outro exemplo de discordância
é quanto ao sistema de voto. Lula
tem uma preferência pelo voto
distrital, segundo o professor da
USP Francisco de Oliveira, autoridade no partido sobre o tema.
Neste modelo, o candidato seria
eleito por distrito.
Mas o PT fechou questão em
torno do sistema de listas partidárias, que é uma alternativa pela
qual o eleitor vota no partido diretamente, não no candidato.
Proporcionalmente à votação
obtida, a legenda preenche sua
cota a partir de lista definida previamente.
O presidenciável tem afirmado
que respeita a vontade da maioria
de seus companheiros.
Entre os pontos em que há concordância de Lula com o PT estão
o financiamento público exclusivo de campanha, a redivisão das
bancadas estaduais na Câmara
respeitando critérios de população e a fidelidade partidária.
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