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"Com foto da santa, vende de tudo"
DO ENVIADO A NOVA TRENTO
A imagem da santa aparece em
ímãs de geladeira, canecas, pratos,
chaveiros, pulseiras, toalhas, despertadores, canetas, broches,
além de velas, quadros, estátuas,
cartões telefônicos e até garrafas
de vinho, cujo rótulo diz "Santa
Paulina, a primeira santa do Brasil" ou sandálias com a frase
"Lembrança de madre Paulina".
A canonização atraiu ambulantes de todas as partes, oferecendo
objetos de louvação e outros com
uma leve aparência religiosa.
O comerciante Silvino Hass, 32,
resume a ordem do dia: "Com foto da santa, qualquer coisa vende". Hass tinha uma barranca de
madeira dentro do santuário de
madre Paulina e, após o anúncio
da canonização, ergueu uma loja
de alvenaria no mesmo local.
Locais próximos ao santuário,
como o Motódromo Madre Paulina e a Pizzaria da Madre, aderiram à teoria de Hass.
Na estrada que dá acesso ao santuário e em seu interior, é possível
comprar, além de artigos religiosos, brinquedos, bijuterias, pastéis e cortadores de legumes. "Este aparelho é milagroso na hora
de fazer uma salada", anuncia José Schmidt, 42.
A comercialização é tão forte
que já é possível comprar por R$ 5
(em vez de R$ 16 pelo original)
um CD pirata com canções religiosas em homenagem à santa.
As vendas dobraram, diz Tatiana Vicentin, 22, que trabalha há
quatro anos no santuário e espera
vender hoje "ao menos mil imagens da santa, pois também há
outros estabelecimentos".
O santeiro Ernando Salvador,
47, costumava fazer 300 imagens
por mês, incluindo a da madre.
Desde fevereiro produz mil imagens mensalmente -e suspendeu temporariamente a confecção de outros santos. Para isso,
contratou um funcionário, além
de contar com a ajuda da mulher.
As estátuas que ele faz são vendidas a R$ 50 a grande (que chega
às lojas por R$ 30) e R$ 8,50 a média (o santeiro ganha R$ 6).
(PDF)
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