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Sobrinhos e descendentes celebram juntos
DO ENVIADO A NOVA TRENTO
Os parentes de madre
Paulina vão comemorar a
canonização juntos em uma
grande instalação de madeira erguida nos últimos dias
por descendentes da santa
em Nova Trento (SC).
"Estou feliz da vida com
minha tia santa. Naquela
época, não tínhamos nada.
Comíamos polenta com vinagre, mas lembro que a tia
sempre me trazia broas de
fubá", relata Francisco Visintainer, 87, sobrinho da
santa Paulina.
Ele tem sete filhos e sete filhas. Entre os descendentes,
há 38 netos e cinco bisnetos
-uma com o nome de
Amabile Visintainer, em homenagem à santa.
Amabile Lucia Visintainer
(nome de batismo) nasceu
na Itália, em 1865. Era a segunda entre 14 irmãos -nove deles brasileiros. Aos nove anos, emigrou para Santa
Catarina. Morreu em 1942.
Filha de Francisco, Inês
Carmelina Visintainer Wedderhoff, 46, trabalha no restaurante do santuário Madre
Paulina há oito anos. "Gosto
de fazer um pouquinho do
que ela fez, dar amor e carinho. É incrível, não me sinto
cansada", diz, enquanto prepara dezenas de quilos de
galinha caipira.
O restaurante preparou
5.000 pratos (a R$ 5 cada)
para hoje, e Inês preferiu não
ir ao Vaticano para ajudar a
preparar as celebrações em
Nova Trento. Seu irmão Sidnei vai assistir à cerimônia.
"Essa bênção enorme de
sermos da família dela é uma
grande responsabilidade.
Devemos dar o exemplo.
Não posso dizer que minha
família seja santa porque ela
era santa, mas estamos com
fé", diz Inês. Duas sobrinhas
de madre Paulina moram
em Brusque, a cerca de 45
minutos de Nova Trento, e
têm uma lembrança gastronômica comum: almoços
com polenta organizados
por madre Paulina quando
ela vinha de São Paulo.
Orações para a tia
"Rezo direto para ela! Peço
saúde para mim e para minha família", afirma a aposentada Filomena Visintainer, 77. "Madre Paulina me
pegava no colo. Meu pai [José Visintainer, irmão caçula
de Paulina" contava relatos
de sua bondade e dedicação
aos pobres e doentes."
Na casa simples, estátuas e
pôsteres mantêm viva a lembrança da tia, além de um retrato original de madre Paulina, do início do século 20. A
imagem atual foi feita com
base nesse retrato. "Não faço
falta no santuário. Lá é como
a minha casa", diz Filomena,
ministra da eucaristia na
igreja de Santa Terezinha,
em Brusque. Ela tem sete filhos, 12 netos e quatro bisnetos. Questionada sobre a canonização, diz: "Quem não
se sentiria feliz com uma tia
santa?".
Irmã de Filomena, Inácia,
84, não vai ao santuário hoje
por causa das dores nas pernas e porque não sabia se encontraria lugar para sentar.
Ela conta que antes evitava
revelar a vizinhos e amigos o
parentesco. "Nossa Senhora
visitou minha tia e disse para
ela cuidar dos doentes e dos
pobres. Não acreditavam
muito nela, tinham até preconceito, porque há muito
descrente neste mundo."
"Mas eu não troco minha
religião por nada, apesar de
a Igreja Católica ter caído
um pouco por causa dessa
história dos padres acusados
de pedofilia", argumenta
Inácia, que tem dez filhos, 24
netos e quatro bisnetos.
(PDF)
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