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Planalto avalia erro em "briga" com delegado
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Palácio do Planalto avalia que errou ao "comprar
uma briga" com o delegado
da Polícia Federal Protógenes Queiroz.
Ontem, um ministro próximo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse à Folha que "foi um erro brigar com o delegado, que é o herói da história".
Agora, o governo discute
estratégia para conter danos.
Com Lula e o ministro Tarso
Genro (Justiça) em viagem
ao exterior, não se sabia até
ontem se o Planalto recuaria
publicamente ou se daria o
assunto por encerrado, considerando-o exclusivo da PF.
O chefe-de-gabinete de
Lula, Gilberto Carvalho, se
reuniu com Tarso antes de
sua viagem e ambos constataram que repercutiu mal a
fita com trechos da conversa
entre Queiroz e os superiores. O objetivo da divulgação
da fita, editada, era provar
que o delegado havia pedido
para sair da investigação
-reforçando a versão da cúpula da PF, que foi endossada por Lula.
O presidente criticou o delegado, exigiu a sua volta e
chegou a dizer que a versão
de que Queiroz fora pressionado a deixar o posto era
mentirosa. Em entrevista no
Palácio do Planalto, negou
que o afastamento de Queiroz do caso se tratava de uma
operação-abafa -já que a investigação chegou à sua ante-sala, com grampos de conversas entre o petista Luiz
Eduardo Greenhalgh e Carvalho. Mas a gravação contradiz a versão da PF.
Auxiliares do presidente
avaliaram que o governo errou no tratamento que deu
ao caso. Na segunda-feira, o
presidente se reuniu com
seus principais ministros e o
destaque foram as revelações de que Lula considerava
que a PF cometera excessos
na operação. O afastamento
de Queiroz veio logo depois.
Se dizendo satisfeito com
a Operação Satiagraha, Lula
afirmou que não viu nada desabonador para Gilberto
Carvalho e que Dantas nunca obteve favores dele.
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