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Petistas envolvidos geram desconforto e crítica no partido
ANDREZA MATAIS
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O envolvimento de petistas
com influência no partido e no
governo na Operação Satiagraha gerou desconforto entre dirigentes, que discutirão o tema
na próxima reunião da Executiva Nacional em agosto. Os petistas estão incomodados com
o fato de a investigação ter chegado perto do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
A atuação do ex-deputado
Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) como advogado de Daniel
Dantas e o uso de sua influência
no Planalto para privilegiar
clientes é criticada e já há quem
defenda nos bastidores seu
afastamento do diretório. A
principal queixa é que dirigentes com relevância política já
deveriam ter aprendido, com
escândalos como o do mensalão, que qualquer fato envolvendo petistas respinga no presidente Lula e agora, em Dilma,
ganhando superdimensão.
No partido, a avaliação é que
Greenhalgh, o chefe-de-gabinete da Presidência, Gilberto
Carvalho, e o deputado José
Eduardo Cardozo, secretário-geral do PT, tiveram atuação
menor, pois o foco da operação
era esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que
teve origem na privatização das
teles. "Se o caso for aprofundado, não vai chegar ao PT, mas a
outros lugares", disse o deputado Candido Vacarezza (PT-SP).
"Ele [Greenhalgh], como dirigente partidário, não deveria
assumir a defesa de pessoas
desse tipo. Acho que, quando
temos representação política,
precisamos ter esse cuidado.
Não é de hoje que esse cidadão
[Dantas] vem sendo denunciado. Se sabe que é pessoa nefasta, mas não podemos proibi-lo
de advogar", disse Raul Pont
(RS), do Diretório Nacional.
Dirigente ligado à corrente
de Greenhalgh, Construindo
um Novo Brasil (ex-Campo
Majoritário), afirmou que por
ora o PT não pedirá, mas seria
recomendável que ele se licenciasse. No PT, a situação de
Greenhalgh está sendo comparada à do ex-ministro José Dirceu, que, atingido pelo mensalão, deixou de ser associado a
Lula e ao PT. Cardozo, que teria
usado prerrogativas do mandato para defender interesses de
Dantas, já havia sido cobrado
por sua atuação pró-banqueiro
quando concorreu a presidente
do PT em 2007.
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