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RUMO A 2004
Saulo de Castro Abreu Filho (Segurança) e Arnaldo Madeira (Casa Civil) são os preferidos para polarizar com o PT
Alckmin planeja lançar secretário em 2004
JULIA DUAILIBI
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A cúpula do PSDB paulista quer
aproveitar o que chama de "momento instável" da prefeita Marta
Suplicy (PT) e já começou a trabalhar por um fato inédito na história dos tucanos: a conquista da
Prefeitura de São Paulo.
Três nomes estão lançados para
a disputa interna -o dos deputados federais Zulaiê Cobra e Walter Feldman e o do presidente do
PSDB, José Aníbal-, mas não
contam, pelo menos por enquanto, com o apoio do principal líder
do partido no Estado, o governador Geraldo Alckmin.
Segundo tucanos ouvidos pela
Folha, o governador planeja lançar um de seus secretários como
candidato em 2004.
O nome mais forte na preferência de Alckmin hoje seria o de
Saulo de Castro Abreu Filho (Segurança), mas Arnaldo Madeira
(Casa Civil) e Gabriel Chalita
(Educação) também têm o apreço
e o apoio do governador.
Oficialmente, o partido diz que
só discutirá a indicação de um nome em 2004, e o governador afirma que não tem candidato e que
ainda é cedo para o debate.
"Já estamos trabalhando para
conquistar a Prefeitura de São
Paulo, só que, por enquanto, nos
concentramos na estruturação
das bases, da militância e de um
discurso", disse o deputado estadual Edson Aparecido, presidente
do PSDB paulista.
Com Abreu Filho à frente dos
tucanos, o governador acha que o
PSDB poderá ocupar uma lacuna
deixada pelo que o partido chama
de "enfraquecimento do malufismo", já que Paulo Maluf (PP) não
chegou ao segundo turno da disputa do governo do Estado, no
ano passado, batido por José Genoino (PT) na reta final.
Além disso, o próprio Maluf
tem afirmado que não será candidato no ano que vem.
A política linha-dura de Abreu
Filho à frente da Segurança levaria o discurso do partido rumo à
direita, ao encontro do eleitorado
conservador, e deixaria o PSDB
em condições de polarizar a disputa com o PT de Marta.
"Ao que tudo indica, a disputa
do ano que vem irá se polarizar
entre PSDB e PT, não apenas em
São Paulo", disse Aparecido.
O problema, nesse cenário, é
que Abreu Filho comanda, conforme pesquisas do governo demonstraram, o calcanhar-de-aquiles de Alckmin. Se a situação
na segurança não estiver bem em
2004, ele perde força na disputa.
Madeira, principal articulador
político do governador e ex-líder
do governo FHC na Câmara, nesse caso, seria a opção, pois é considerado um tucano totalmente
identificado com as bandeiras
históricas do partido. Mas o secretário teria dito a Alckmin que
gostaria de disputar sua sucessão
em 2006. Restaria Chalita, amigo
pessoal de Alckmin e da primeira-dama, Maria Lúcia.
A meta é encontrar um nome de
consenso, mas todos, inclusive
Aníbal, Zulaiê e Feldman, que
tem apoio de importantes setores
da sigla na capital, afirmam que o
peso do governador no processo
será decisivo.
Antes da escolha do nome, porém, o desafio do PSDB passa por
uma reorganização da sigla em
seu berço. Os dirigentes já identificaram centros em que a estrutura partidária está fraca na capital.
Uma pesquisa de opinião pública já foi encomendada para nortear as ações neste ano e uma espécie de junta foi criada para unificar as ações dos diretórios municipal e estadual. Aos vereadores, por enquanto, cabe a missão
de bater no governo de Marta.
Em pesquisa Datafolha publicada no início do mês, Marta Suplicy recebeu a pior avaliação de
seus dois anos e três meses de administração -a taxa de ruim ou
péssimo chegou a 45%.
Uma vitória na capital paulista
também é considerada fundamental pelos tucanos para cacifar
Alckmin como um dos pré-candidatos do partido à sucessão do
presidente Lula em 2006.
Dos principais cardeais do
PSDB, três já sofreram derrotas
na disputa pela prefeitura paulistana: Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Geraldo Alckmin.
O ex-senador Serra, candidato
derrotado dos tucanos à Presidência, também surge em algumas correntes como um nome
para disputar a prefeitura.
Mas, segundo tucanos ligados a
ele, é mais provável que Serra prefira esperar até 2006 para concorrer à sucessão de Alckmin ou novamente à Presidência.
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