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AMAZÔNIA
Disputa política na Suframa atrasa projetos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A Suframa (Superintendência
da Zona Franca de Manaus) voltou a ser alvo de uma disputa política -vista pela última vez em
1995, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu
intervir na autarquia federal mais
importante da Amazônia.
Com uma arrecadação própria
anual de mais de R$ 180 milhões e
com poderes de Estado, o governo Lula não decidiu ainda o nome
que vai ocupar a Suframa, hoje
administrada pelo economista
Ozias Monteiro Rodrigues -indicado no governo passado pelo
senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), hoje na oposição.
Já circularam pela mesa do ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), os nomes da
funcionária de carreira do órgão
Flávia Grosso, que tem ligações
com o grupo dos senadores Arthur Virgílio e Gilberto Mestrinho
(PMDB-AM), e o do economista
Serafim Corrêa (PSB), apoiado
por Alfredo Nascimento (PL),
prefeito de Manaus.
A Agência Folha apurou que os
governadores do PT Jorge Viana
(AC) e Flamarion Portela (RR)
vetaram o nome de Grosso e preferem a permanência do atual superintendente. O PT local vetou o
nome de Corrêa.
O descontentamento pela indefinição de um nome levou ontem
o senador Jefferson Péres (PDT-AM) a ameaçar não apoiar o governo Lula no Senado: "Estou advertindo [o governo] de que me
sinto desobrigado de dar apoio ao
governo no Senado. A Suframa é
ponto fundamental para esse
apoio. Quero saber quem vai ficar
na Suframa, é o único cargo a respeito do qual eu acho que aqueles
que têm representativa política e
que são da base de sustentação,
todos, devem opinar".
O orgão gastou em 2002 R$ 14
milhões no CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia), ainda
parado por faltar equipamentos.
O Amazonas abriga 400 indústrias incentivadas que contribuem para o aumento de arrecadação da Suframa. "É uma situação em que o governo Lula terá
que tomar uma decisão", disse o
governador Eduardo Braga (PPS-AM), que apóia Grosso.
Para o presidente do Cieam
(centro de indústrias do AM),
Maurício Loureiro, a indefinição
na Suframa é prejudicial, já que 70
projetos estão parados. "Em cem
dias [do governo Lula] não foi
aprovado nada. Não é bom porque esses 70 projetos significam
1.700 novos empregos e investimentos de R$ 250 milhões".
(KB)
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