|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Interpretações do conflito mudam com o tempo
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
As interpretações sobre os
fatos da Guerra do Paraguai
variam de acordo com as diferenças geográficas e temporais. No Brasil, durante o
regime militar, o evento era
visto como positivo para o
país. Nos anos 80, essa visão
teve uma mudança: as interpretações predominantes
indicavam um teor imperialista na atuação brasileira.
Hoje, a visão é bem menos
maniqueísta.
No Paraguai, a guerra, chamada de Guerra da Tríplice
Fronteira, é vista como o eixo da decadência nacional.
Solano López é tido como
um herói, e não como um ditador, como no Brasil. A derrota levou o país guarani, até
então passando por um pujante desenvolvimento autônomo, ao empobrecimento
e ao comércio informal.
Quanto aos diversos aspectos específicos pelos
quais o evento pode ser analisado, o das mulheres proposto na tese de Fernando
Lóris Ortolan é um deles.
Recentemente, na Argentina, um estudo antropológico mostrou que, antes da
guerra, 30% da população
de Buenos Aires era negra
-e ela foi eliminada ao ser
enviada para a batalha.
"Muitos temas não são
apurados porque se teme
abordar a guerra. É um tema
polêmico até hoje, com interpretações e interesses difusos", diz Ortolan.
O conflito, entre 1864 e
1870, teve o Paraguai contra
Brasil, Argentina e Uruguai.
Começou quando o Brasil
realizou uma intervenção
armada no Uruguai. O presidente paraguaio, Solano Lopes, tentou agir como intermediador na disputa, o que
o Brasil rechaçou. Então, López invadiu as fronteiras do
Brasil (no hoje Mato Grosso
do Sul) e da Argentina (em
Corrientes). Em 1865, formou-se a Tríplice Aliança
(Brasil, Argentina e Uruguai) para combater López,
e a guerra só acabou com sua
morte, em março de 1870.
Mais de 1 milhão de pessoas
morreram no conflito.
Texto Anterior: História: Brasileiros e paraguaias casaram após guerra Próximo Texto: Eleições 2004: PHS lança Rossi candidato a prefeito de SP Índice
|