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Tucanos enfrentarão paradoxo nas próximas eleições municipais
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O PSDB vive um paradoxo a
quase um ano das eleições municipais: o partido nunca acreditou
ter tantas chances de vencer a disputa, mas, pela primeira vez desde que foi criado há 15 anos, não
possui um "nome natural", um
"cardeal", para sair candidato.
O único que poderia lançar-se
sem que houvesse sequer um esboço de disputa seria o ex-senador José Serra, mas ele teria manifestado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso o desejo de
manter-se fora das eleições.
Serra concorreu duas vezes para
prefeito -em 1988 e 1996- e em
ambas foi derrotado. Em 2000, o
ex-governador Mário Covas,
morto em 2001, lançou Geraldo
Alckmin, então seu vice.
Na ausência de um nome natural, o partido vive uma disputa interna com pelo menos seis pré-candidatos e estuda a possibilidade de buscar um nome fora da legenda, como o próprio Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho,
ou a deputada federal Luiza Erundina (PSB).
"Toda a opinião de Fernando
Henrique, que é um político de
São Paulo, tem peso. Ele, o Geraldo [Alckmin] e o Serra são fundamentais nesse processo", disse o
deputado tucano Walter Feldman, que também já manifestou
seu desejo de concorrer.
Feldman acha que soluções como Paulinho e Erundina não serão adotadas pelos tucanos. "Não
vai haver invenção. O PSDB não
tem histórico de inventar. Não é
porque os tradicionais nomes do
partido não estão colocados que
vamos inventar agora", disse.
A participação efetiva de FHC
no processo de escolha do nome
do candidato tucano fortalece a
posição dos históricos, que vêem
com certa resistência a possibilidade de Alckmin lançar na disputa um de seus secretários Gabriel
Chalita (Educação) ou Saulo de
Castro Abreu Filho (Segurança).
Por outro lado, o governador
acumulou forças desde a morte de
seu padrinho. E muito dificilmente a solução que se dê ao xadrez
tucano deixará de ter o seu aval.
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