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Greenhalgh diz
em grampo que "fala até com Lula"
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 17 de abril, a Polícia
Federal grampeou conversa
em que o advogado e ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) diz ter acesso privilegiado ao Planalto,
inclusive ao presidente Lula.
Mesmo sem referência ao caso Dantas, o diálogo foi registrado no inquérito como indício de tráfico de influência.
No grampo, diz a PF, o subprocurador-geral da República Eugênio Guilherme de
Aragão pede que Greenhalgh
peça ao chefe-de-gabinete de
Lula, Gilberto Carvalho, indicação para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça.
O advogado diz que, se
Aragão o procurasse antes,
"poderia ter pedido diretamente ao presidente da República e a um monte de gente". Promete, então, falar
com Carvalho sobre a indicação de Aragão. À Folha Greenhalgh admitiu a hipótese de
ter se comprometido a intervir em favor de Aragão.
Ele alegou, porém, não ter
procurado Lula nem o seu
chefe-de-gabinete para tratar do assunto. A Presidência
confirmou o encontro entre
Aragão e Carvalho no dia seguinte à conversa, 18 de
abril. "É comum o chefe-de-gabinete receber candidatos
a cargos que passam pela indicação do presidente." Mas
negou que o assessor de Lula
tenha recebido referências
ou pedidos de Greenhalgh.
Aragão confirmou o teor
da conversa com Greenhalgh
e a reunião com Carvalho.
Disse que "a busca por
apoios de políticos" em todas
as fases de indicação ao cargo de ministro de Corte Superior "não tem nada de
mais." "De estranhar é que
as autoridades que procederam à escuta liberem, em
evidente violação do dever
de sigilo e não se sabe com
que intenção, esse trecho banal de conversa telefônica,
que nada tem de importante
para qualquer investigação
criminal", afirmou Aragão.
(CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA, CATIA SEABRA e RUBENS VALENTE)
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