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Após pedir que Protógenes ficasse no caso, Lula diz que assunto é "problema da PF"
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOGOTÁ (COLÔMBIA)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, durante
visita a Bogotá, na Colômbia,
que a polêmica envolvendo o
afastamento do delegado Protógenes Queiroz "é um problema da Polícia Federal".
"Não posso comentar [o assunto], pois não indico ninguém para entrar e não indico
ninguém para sair. É um problema da Polícia Federal", respondeu o presidente, durante
coletiva de imprensa.
O mesmo tom foi adotado pelo ministro da Justiça, Tarso
Genro, que disse considerar o
caso "encerrado". "Ele [Protógenes] já apresentou o relatório
e todas as questões agora são
relacionadas com decisões da
Polícia Federal e do Ministério
Público", disse o ministro.
As declarações são parte da
estratégia do Palácio do Planalto de se distanciar do assunto,
após avaliação de que foi um erro se envolver na polêmica sobre a saída do delegado da operação que prendeu o banqueiro
Daniel Dantas no último dia 8.
Na quarta-feira, Lula defendeu que o delegado permanecesse à frente do inquérito da
Operação Satiagraha. O presidente tentava desfazer a impressão de que o governo havia
pressionado a PF pela mudança no comando das investigações. "Ninguém pode fazer o
trabalho que ele [Queiroz] fez
por quatro anos e, na hora de
terminar o relatório, dizer que
vai embora. Tem que ficar no
caso. Vender insinuações à sociedade é que não é correto."
Entre os grampos feitos pela
PF, o chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, aparece
em conversa com o petista Luiz
Eduardo Greenhalgh, acusado
de ser lobista de Dantas.
Lula e o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, assinaram ontem nove acordos de
cooperação envolvendo temas
como defesa, agricultura e indústria aérea. O principal
anúncio do dia, porém, foi a
confirmação de que a Colômbia
concordou em ingressar no
Conselho Sul-Americano de
Defesa, defendido pelo governo
brasileiro. O colombiano exigiu
que, na carta de constituição do
grupo, haja menção expressa
de "rechaço total" contra "grupos violentos, qualquer que seja a sua origem", em referência
às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Lula confirmou também que
o Brasil vai construir duas refinarias de petróleo, no Ceará e
no Maranhão, para a produção
de gasolina premium, destinada à exportação.
O repórter viajou a convite do governo federal
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