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PF dirá que delegado saiu apesar de ter equipe e verba extra
Cúpula da Polícia Federal voltará a afirmar que Protógenes Queiroz se afastou voluntariamente da Operação Satiagraha
Defesa será encaminhada
à Procuradoria, que apura se o comando da PF boicotou
o delegado na investigação que levou à prisão de Dantas
ALAN GRIPP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cúpula da Polícia Federal
vai rebater as acusações feitas
pelo delegado Protógenes
Queiroz reafirmando que ele se
afastou voluntariamente da
Operação Satiagraha e que,
quando esteve à frente das investigações, teve à sua disposição uma estrutura melhor do
que a maioria das operações deflagradas nos últimos anos.
Os dados serão prestados ao
Ministério Público Federal,
que abriu na sexta procedimento administrativo para apurar a
queixa do delegado de que o comando da PF tentou obstruir a
investigação do caso que levou
à prisão de Daniel Dantas.
Em documento de 13 páginas
enviado ao Ministério Público,
Protógenes diz que foi coagido
a sair do caso e que a cúpula da
PF ignorou pedidos de reforço
de pessoal para analisar o material apreendido na operação.
A PF dirá ao Ministério Público que já havia decidido pelo
envio de uma equipe de peritos,
escrivães e agentes, que seguem amanhã de Brasília para
São Paulo para ajudar nas investigações. Também afirmará
que Protógenes teve o reforço
de três delegados, verba extra e
uma estrutura montada especialmente para a operação.
O ministro da Justiça, Tarso
Genro, que reforçou a versão da
PF durante a semana e que ontem esteve na Colômbia, disse,
por meio de sua assessoria, que
a investigação seguirá. "A apresentação do relatório pelo delegado que comandou a operação, com o indiciamento de algumas pessoas, demonstra que
o trabalho de combate a corrupção da PF prosseguiu normalmente", afirmou Tarso.
A PF disse que na última
quarta seu diretor de Combate
ao Crime Organizado, Roberto
Troncon, se reuniu com o procurador do caso, Rodrigo De
Grandis, e com o juiz Fausto De
Sanctis para informá-los que a
apuração seguirá com "força
total". Segundo a PF, os delegados que passam a conduzir as
investigações, Ricardo Saad e
Érika Marena, terão reforço de
dois delegados cada um para a
próxima etapa da Satiagraha.
A crise teve seu auge com a
divulgação de trechos de uma
gravação da reunião que definiu o afastamento de Protógenes. O governo quis, com isso,
mostrar que coube ao delegado
a decisão de deixar o caso. A PF
voltou a dizer que não divulgará a gravação completa por haver dados sigilosos.
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