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Beijo de Genoino e Rioco foi no Carandiru
DA REVISTA DA FOLHA
O namoro de Rioco Kayano, 54,
e José Genoino Neto, 56, começou
atrás das grades, no Carandiru.
Os dois estavam presos durante o
regime militar, em 1972, acusados
de "atividades subversivas".
Rioco estudava letras na USP,
era militante do PC do B e foi presa por sua atuação no movimento
estudantil. Foi torturada e condenada a três anos, mas cumpriu
um ano e nove meses.
Genoino, militante do mesmo
partido, ficou preso cinco anos
por sua participação na guerrilha
do Araguaia.
Apesar das circunstâncias, ela
guarda com precisão a data do
início do namoro: 6 de outubro de
1973, quando se beijaram pela primeira vez no pátio da prisão.
"Trocávamos bilhetes, cartas e alguns carinhos. Mais do que isso
não dava", conta Rioco, rindo.
O namoro proibido durou pouco, porque Genoino foi transferido no ano seguinte para Fortaleza. Perderam o contato por três
anos. O reencontro, em 1977,
aconteceu por meio de amigos.
"Eu sabia que ele viria para São
Paulo assim que saísse da prisão
em 18 de abril e, claro, estava na
maior expectativa. Ele veio no
mês seguinte e foi um encontro
emocionante."
No mesmo ano, foram morar
juntos, mas, como típicos representantes da geração 68, nunca
casaram no papel.
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