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PF retrata obsessão de banqueiro por segurança
DA REPORTAGEM LOCAL
O inquérito da Operação Satiagraha retrata a sede de Daniel Dantas por segurança e
controle. A obsessão do empresário está descrita num e-mail
de 14 de setembro de 2007, da
diretora jurídica do Opportunity, Danielle Silbergleid Ninio,
para o advogado Nelson Eizirik.
"Há muito tempo trabalhamos com procedimento de segurança redobrado, ie [isto é],
temos telefone e videoconferência encriptados, nunca houve política de retenção de documentos (ao contrário), evitamos comunicação escrita. Enfim, esse é o contexto [em] que
vivemos", afirma Danielle.
Segundo relatório de março
de 2007, até a Polícia Federal
enfrentou dificuldade para
analisar as conversas. "Os dados do VoIP [transmissão pela
internet] foram acessados, mas
não foi possível analisá-los porque estavam criptografados",
informava o relatório. O documento dizia que a PF estava
prestes a quebrar os códigos.
Dantas insistia no uso do telefone que acreditava inviolável. "Bom dia. Esse aí é o pretinho?", pergunta, numa conversa com Danielle, referindo-se
ao telefone na sede do Opportunity. "Só te ligo no pretinho",
responde a advogada em telefonema de dezembro de 2007.
Segundo um ex-integrante
do conselho de administração
da Brasil Telecom, a sala de
reuniões da empresa era vizinha à do banqueiro, que acompanhava as discussões da empresa por um circuito de TV.
As reuniões aconteciam sob
vigilância de duas câmeras e,
vez por outra, eram interrompidas por emissários de Dantas.
Ao receberem os bilhetes, os
representantes do banco Opportunity - Verônica Dantas e
Arthur Joaquim de Carvalho,
irmã e cunhado de Dantas-
deixavam a sala e voltavam com
uma decisão -do banqueiro.
(CATIA SEABRA e RUBENS VALENTE)
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