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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Alckmin vai às ruas colher depoimentos contra Kassab
Tucano faz campanha com equipe de TV e incentiva críticas da população à atual gestão
Candidato tenta reforçar laços com Serra falando de segurança, pois crê que apoio dele será decisivo em um eventual segundo turno
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com um microfone de lapela
preso à camisa, o candidato do
PSDB à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, colheu ontem nas ruas da zona Sul munição contra o prefeito Gilberto
Kassab (DEM) para a propaganda eleitoral. Acompanhado
pela equipe de TV, Alckmin incentivou depoimentos críticos
à atual administração.
"Você acha que o problema
é? Saúde. E outro? Trânsito",
disse Alckmin, após ouvir o comerciante Maurício Schimmoto reclamar das enchentes.
Além da saúde, Alckmin estimulou os eleitores a falar particularmente da avenida Belmira
Marin, onde fazia caminhada.
"No ano 2000, quando fui
candidato a prefeito, já era dificílima a Belmira Marin. Já era
para ter alargado essa avenida.
Era tema da campanha de
2000", disse Alckmin, que
acrescentou: "Precisa me eleger prefeito para fazer alargar".
Já em entrevista, ao apontar
a credibilidade como uma diferença entre ele e os adversários,
Alckmin disse que, com sua experiência, é possível "avançar
muito e [fazer] coisas que não
saíram do papel". "Há às vezes
um grande abismo entre o falar
e o fazer", disse, sem revelar a
quem se referia.
Tanto no corpo-a-corpo como em entrevista, queixou-se
da falta de leitos hospitalares
na zona sul. Sua promessa para
a região é a construção de um
hospital em Parelheiros. Outra? "Vamos ajudar o governo e
levar o trem até a Varginha".
Laços
Na caminhada, Alckmin insistiu em reforçar seus laços
com o governador José Serra,
falando também de segurança.
A menção ao governo traduz a
conclusão dos alckmistas de
que Serra deverá ser decisivo
num eventual segundo turno
contra a ex-ministra Marta Suplicy (PT). Questionado se espera o apoio de Serra no segundo turno, Alckmin respondeu:
"No primeiro e no segundo turnos. Serra é companheiro".
Além da associação a Serra, a
estratégia é investir na idéia de
que Alckmin é quem, no bloco
PSDB/DEM, tem credibilidade
para se contrapor ao PT. Ao comentar os números do Ibope,
segundo os quais Marta tem
34% da preferência, Alckmin
31% e o prefeito 10%, o deputado Júlio Semeghini afirmou
que "Kassab ainda não conseguiu construir uma relação de
confiança com o cidadão".
Com a pesquisa, Alckmin recomendou trégua aos kassabistas. Mas a crise poderá ser
acentuada. Um grupo de tucanos pedirá licença do PSDB para se dedicar à campanha de
Kassab. O movimento, que já
começou no Ipiranga, deverá
contar com a adesão de secretários municipais. Segundo o militante Silvio Silva, a idéia é
apresentar um abaixo-assinado
reunindo os signatários de um
outro documento, pró-kassab.
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