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Estudioso vê resistência de
parlamentares
DA REDAÇÃO
O sociólogo Felix Garcia
Lopez Junior, 32, da Uerj,
afirma que o nepotismo
tende a diminuir à medida
que o país se desenvolve,
mas a prática persiste porque encontra "um alto nível de legitimidade entre
os próprios políticos".
Autor da tese "A política
de espólio dos deputados
estaduais do Rio de Janeiro: estudo sobre as indicações para cargos de confiança", Lopez Junior diz
que os parlamentares têm
um argumento lógico para
defender o nepotismo: "É
preciso estar cercado de
pessoas de confiança num
setor onde há grande risco
de traição, e esse nível de
confiança só é encontrado
entre os parentes".
Como os assessores são
os principais mediadores
entre os parlamentares e
seus cabos eleitorais, a
possibilidade de que um
deles "vire a casaca" significa a perda de toda uma
base eleitoral ou o vazamento de informações privilegiadas. Os deputados
que ele entrevistou alegam ainda que a nomeação
de parentes é um fator que
inibe a corrupção: "Como
a política no Brasil é corrupta, eles afirmam que
não podem correr o risco
de indicar qualquer um
para um cargo pelo qual
eles são responsáveis".
Segundo ele, o nepotismo data da era colonial,
quando "não havia impessoalidade na administração, que era um locus do
poder pessoal", e começa a
ceder no período republicano graças à "tendência
geral de burocratização da
administração sob o capitalismo". Esse movimento
geral é acompanhado porém por "contramovimentos, que explicam a existência de milhares de cargos de confiança nos três
níveis da administração".
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